“Acorda, Austrália”: artistas invadem mupis para protestar contra os incêndios

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Onde antes estavam pendurados anúncios publicitários, 41 artistas australianos deixaram cartazes a "denunciar a inacção do governo australiano perante as alterações climáticas e os incêndios florestais devastadores". "Não aceitamos continuar como se nada fosse", lê-se no texto da campanha #BushfireBrandalismque saiu para as ruas e paragens de autocarros de Melbourne, Sydney e Brisbane, três cidades australianas, a 1 de Fevereiro. 

Muitos dos 78 posters colocados em locais públicos por pessoas vestidas com coletes amarelos foram, desde aí, arrancados. Mas deu tempo para "reclamarem o espaço publicitário público" para falarem da indústria dos combustíveis fósseis, agradecerem aos bombeiros e relembrarem a destruição da fauna e flora, simbolizada pelos coalas, que vários artistas decidiram retratar depois dos maiores incêndios florestais das últimas décadas no país. Entre os gritos de guerra estão mensagens como "acorda, Austrália" ou "diz não ao carvão".

Cada ilustração inclui um código QR para direccionar quem passa pelos cartazes para os sites de organizações sem fins lucrativos que actuam nas áreas da preservação ambiental.

Em 2015, em vésperas da COP21 - Cimeira do Clima de Paris, 82 artistas instalaram 600 anúncios falsos na capital francesa, numa outra acção do projecto Brandalism, que agora chegou à Austrália. "Estamos a tornar estas questões visíveis nos nossos espaços públicos e nos nossos meios de comunicação, áreas monopolizadas por entidades que mantêm agendas conservadoras negacionistas", dizem, em comunicado, referindo-se às empresas detidas pela família Murdoch. "Se os jornais não imprimem a história, imprimimos nós."

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