FC Porto supera à tangente teste de fogo e nervos

“Dragões” afogaram mágoas da Taça da Liga, minimizando estragos em jogo sofrido. Gil Vicente marcou primeiro mas não conseguiu prolongar a vantagem, acabando por ficar sem argumentos após a expulsão.

Foto
Marcano fez o primeiro golo do FC Porto LUSA/ESTELA SILVA

O FC Porto passou à tangente um verdadeiro teste de fogo e nervos (2-1), frente a um Gil Vicente de má memória, acabando por fixar nos sete pontos a desvantagem para o Benfica neste arranque da segunda volta do campeonato. Os “dragões” mostraram, apesar de tudo, capacidade para reagir a um mau momento, alcançando uma vitória sofrida, mas decisiva para estancar a hemorragia provocada pelas duas derrotas com o Sp. Braga. 

Ainda a lamber as feridas da Taça da Liga, o FC Porto encarava o primeiro algoz do campeonato com evidentes sinais de transtorno de personalidade. Sérgio Conceição tinha alguns dos habituais titulares na bancada, vendo-se obrigado a improvisar um “onze” em que Romário Baró surgia pela primeira vez a titular desde a lesão que o afastou por longo período. Uma aposta que obrigava a deslocar Jesús Corona para a esquerda, numa aliança em teoria temível com Alex Telles, mas que a prática não confirmou. 

Assim, depois da espera no túnel, motivada pelo atraso da equipa de arbitragem, o FC Porto demorou ainda mais meia-hora para forçar verdadeiramente um adversário confortável com o marasmo que se apoderava do jogo portista. Os gilistas, com Vitor Oliveira à distância, castigado, posicionavam-se num esquema suficientemente hermético para conter Soares e Marega. Estratégia que não autorizava grandes aventuras e incursões no meio-campo portista.

Desligado, o motor “azul e branco” acabou por beneficiar com a troca de Baró para o meio e o regresso de Corona à direita. A existência de balizas começou a fazer sentido, mas a equipa gilista não se atemorizou, conseguindo, aliás, nos últimos 15 minutos da primeira parte, importunar Marchesín, invariavelmente por Sandro Lima. 

Depois de um remate ao lado e de um disparo contra o guardião argentino, o avançado brasileiro concretizou as ameaças num golo que gelou por completo as bancadas despidas do Dragão. O FC Porto expunha-se em busca da vantagem e acabava por sofrer o golo numa transição de Lourency que Mbemba não foi capaz de cobrir, deixando Sandro Lima livre para cabecear e bater Marchesín mesmo em cima do minuto 45. 

Sérgio Conceição desesperava, mas, curiosamente, o golo teve um efeito regenerador e Iván Marcano, na resposta, aplacou-lhe a fúria com um mergulho de cabeça, a passe de Uribe, para estabelecer a igualdade ao intervalo. Respirava de alívio o FC Porto, embora houvesse ainda muito jogo pela frente. 

O Gil Vicente apercebia-se de que seria possível conseguir algo mais se intranquilizasse um adversário fragilizado, pelo que Vítor Oliveira optou por lançar Romário Baldé na tentativa de reforçar o ataque ao corredor. Só que o FC Porto recuperava o discernimento, colocando-se rapidamente no comando com um golo de Sérgio Oliveira. Aos 57’, o médio português rematou cruzado à entrada da área e virou o resultado. 

Conceição encontrava a serenidade de que necessitava para fazer os primeiros ajustes, trocando Manafá pelo jovem (estreante na Liga) Vítor Ferreira, com Corona a regressar ao corredor para controlar as investidas de Baldé e a equipa a assumir o 4x3x3 que ganharia dimensão com a entrada de Luis Díaz para o lugar de Baró. Neste hiato, já Romário e Vítor Ferreira haviam desperdiçado o terceiro golo dos portistas, perante um Gil Vicente permeável e que só não entregou os pontos porque a eficácia e Denis traíam os portistas.

Lourency ainda dispôs de excelente ensejo para relançar a discussão, falhando a emenda e o empate que se transformou numa miragem quando João Afonso recebeu ordem de expulsão por acumulação de cartões amarelos. O médio envolvera-se na primeira parte numa discussão desnecessária com Sérgio Oliveira e acabou por deixar a equipa, durante os últimos 20 minutos, entregue à sua sorte. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários