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Milhões já morreram, outros tantos ficaram sem abrigo: os animais e os incêndios na Austrália
Na Austrália, os incêndios das últimas semanas já provocaram 24 mortos e mais de 1300 casas ardidas. Nos últimos dias, o país tem estado a braços com uma “tempestade perfeita”: as trovoadas secas combinadas com um tempo quente e seco criaram as condições perfeitas para que as chamas voltem a devastar áreas de floresta, que afectam sobretudo a área de Nova Gales do Sul.
Os incêndios já atingiram oito milhões de hectares de florestas, uma área do tamanho da Áustria, mas não só os humanos e as suas casas estão a ser afectadas. Os especialistas estimam que o número de animais que sucumbiram, incluindo animais domésticos, já chegue aos milhões, além de centenas de milhares de animais selvagens feridos e deslocados. Só no estado de Nova Gales do Sul, a ministra do Ambiente australiana prevê que 30% da população de coalas tenha morrido nas chamas.
Segundo várias páginas da imprensa australiana, cerca de 10 mil camelos serão abatidos a partir de helicópetros nos próximos dias porque estão a invadir casas e a beber demasiada água. O problema é cada mais grave no país, principalmente na Austrália Meridional, zona que tem sido afectada por uma seca extrema.
Este tipo de medidas não são uma novidade naquele país. Em 2013, cerca de dez mil cavalos selvagens foram abatidos por razões “humanitárias e ambientais”. Também em 2019, o Governo anunciou que pretende matar cerca de dois milhões de gatos vadios até 2020 — uma fatia significativa de uma população de gatos de rua que, estimam, está entre os dois e os seis milhões de animais. De acordo com o executivo australiano, ao contrário dos gatos domésticos, os gatos selvagens desenvolveram um instinto de sobrevivência que os torna assassinos exímios de algumas espécies animais.
Mas nem tudo são más notícias. Esta segunda-feira, 6 de Janeiro, o Animal Rescue Craft Guild declarou que foi inundado com ofertas de ajuda depois de ter pedido para que fizessem chegar peças de protecção para morcegos, bolsas para cangurus, ninhos de pássaros, luvas para coalas, entre outras. As doações a esta associação de voluntários chegaram de lugares tão distantes como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Hong Kong, França e Alemanha.
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