Os incêndios na floresta tropical da Amazónia têm atingido níveis preocupantes, e o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, revelou saber que o actor Leonardo DiCaprio é um dos responsáveis pelas queimadas.
Sem apresentar quaisquer provas, o chefe de Estado, numa publicação em vídeo nas redes sociais, explica o alegado processo: “O pessoal da ONG, o que eles fizeram? O que é mais fácil? Botar fogo no mato. Tira foto, filma, a ONG faz campanha contra o Brasil, entra em contacto com o Leonardo DiCaprio, e o Leonardo DiCaprio doa 500 mil dólares para essa ONG”, disse o presidente. E, em jeito de conclusão, Bolsonaro diz “DiCaprio está colaborando aí com a queimada na Amazónia”.
As acusações de Bolsonaro depressa tiveram eco na imprensa internacional e, numa nota, o actor de Hollywood respondeu às acusações do Presidente brasileiro: “Embora dignas de apoio, não financiamos as organizações citadas.”
“Neste momento de crise para a Amazónia, apoio o povo do Brasil que trabalha para salvar o seu património natural e cultural”, continua DiCaprio, para no fim informar que não se sente desmotivados pelas acusações presidenciais: “Continuo comprometido em apoiar as comunidades indígenas brasileiras, governos locais, cientistas, educadores e as pessoas que estão a trabalhar incansavelmente para garantir a Amazónia para o futuro de todos os brasileiros.”
O compromisso de DiCaprio
O actor Leonardo DiCaprio é um dos impulsionadores da associação ambiental Earth Alliance (Aliança Terra, numa tradução literal), que, no fim de Agosto, informou que irá doar cinco milhões de dólares (quase 4,5 milhões de euros) à preservação da zona da Amazónia atingida pelos incêndios.
O Fundo Floresta Amazónica é um compromisso assinado pelo próprio DiCaprio, em conjunto com Laurene Powell Jobs, a viúva de Steve Jobs, e Brian Sheth, listado no ano passado pela Forbes como um dos multimilionários mais ricos do mundo. Nesse documento, o trio compromete-se a investir cinco milhões de dólares em recursos vitais para a protecção daqueles que são os “pulmões do planeta”.
O dinheiro, segundo o que se lê no site da associação, será entregue a cinco organizações que se dedicam à defesa da floresta amazónica: Instituto Associação Floresta Protegida, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazónia Brasileira, Instituto Kabu, Instituto Raoni e Instituto Socioambiental.
A Amazónia espraia-se por nove países, mas mais de metade da sua área está em território brasileiro.