Lionel “Messix” ficou com a Bola de Ouro pela sexta vez
Argentino volta a ser o melhor jogador do ano para a France Football. CR7 ficou em terceiro lugar e não foi à cerimónia em Paris para ir a Milão receber o prémio de melhor da Série A.
Depois de três anos a ver outros ganharem, Lionel Messi voltou nesta segunda-feira a conquistar a Bola de Ouro, prémio atribuído pela revista France Football ao melhor futebolista do ano. Foi a sexta vez que o craque argentino do Barcelona conquistou este galardão - a France Football brincou com isso na capa da sua próxima edição, “Messix” - e voltou a isolar-se no topo da lista dos que mais venceram a Bola de Ouro, deixando Cristiano Ronaldo, com cinco, para trás.
CR7 nem sequer marcou presença na cerimónia realizada em Paris, o que geralmente costuma ser um indicador de que não iria ganhar, acabando por ficar em terceiro na votação dos jornalistas, atrás de Messi e do central holandês do Liverpool, Virgil van Dijk, repetindo-se nestes prémios o pódio dos “The Best” da FIFA, de há pouco mais de um mês.
Não tendo sido um ano extraordinário em termos de conquistas colectivas - “apenas” um título de campeão espanhol com o Barcelona, entre falhanços na Champions com os catalães, e na Copa América, com a selecção argentina -, Messi teve mais um ano de nível superior em termos individuais, com um total de 46 golos e 17 assistências em 54 jogos (em 2019), sendo que terminou a época passada como o melhor marcador da Liga espanhola (36 golos) e da Champions (12). E estes números acabaram por ser mais significativos para o painel dos jornalistas escolhidos pela publicação francesa do que a Liga dos Campeões que Van Dijk ganhou com o Liverpool, ou a Liga das Nações (com a selecção portuguesa) e a Série A (com a Juventus) que Ronaldo acrescentou ao seu currículo, em 2019.
Ronaldo não foi a Paris ver Messi ultrapassá-lo, e preferiu fazer uma viagem mais curta, até Milão, onde recebeu o prémio de melhor jogador da Série A italiana em 2018-19, na gala que celebrou os melhores do “calcio”. Para além de melhor jogador, Ronaldo foi ainda eleito o melhor avançado a actuar em Itália e integrou o melhor “onze” da Série A, no qual também marcou presença João Cancelo. “É um orgulho. Obrigado aos meus companheiros e a todos os que votaram. A Série A é um campeonato difícil, estou muito contente”, limitou-se a dizer Cristiano Ronaldo.
Mesmo sem chegar ao prémio maior, Ronaldo continua no pódio da votação promovida pela France Football pelo nono ano consecutivo. CR7 começou a receber votos em 2004 (foi 12.º) e chegou ao pódio pela primeira vez em 2007 (segundo, atrás de Kaká). Depois, só falhou um dos três primeiros em 2010 (ocupado por Messi, Iniesta e Xavi), com cinco vitórias (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017), seis segundos (2007, 2009, 2011, 2012, 2015 e 2018) e um terceiro lugar (2019).
Na perspectiva portuguesa, a novidade é a presença de Bernardo Silva no top 10. O médio do Manchester City foi o nono mais votado, repetindo a classificação em 2016 de Pepe, o último português que não se chama Cristiano Ronaldo a ficar entre os dez mais votados. Já João Félix, julgado por um ano dividido entre Benfica e Atlético Madrid, ficou em 28.º na votação, empatado com o brasileiro Marquinhos (PSG) e o holandês Donny van de Beek (Ajax).
A sexta Bola de Ouro de Messi surge dez anos depois de a ter conquistado pela primeira vez, em 2009 - seguiram-se mais cinco, em 2010, 2011, 2012 e 2015. “Tinha 22 anos e vim com os meus irmãos. Era qualquer coisa de impensável. Agora, é a minha sexta Bola de Ouro. É completamente diferente, vim com a minha família e os meus filhos”, disse o argentino, após subir ao palco para receber o prémio das mãos de Didier Drogba. Messi falou, depois, de uma inevitável retirada. “Em todo este tempo nunca parei de sonhar e de crescer. Quero ter mais anos para continuar. Vai-se aproximando o momento da retirada, mas ainda me resta muito tempo. Passa tudo muito depressa, mas quero aproveitar”, disse ainda o argentino.
Durou apenas um ano a pausa na divisão de prémios de melhor do mundo entre Messi e Ronaldo. Luka Modric tinha vencido em 2018 graças à campanha croata no Mundial (vice-campeão) e do Real Madrid na Champions (13.º título). Ainda se pensou que Van Dijk, o comandante de um grande Liverpool campeão europeu e sério candidato à Premier League, pudesse ser o primeiro defesa a ganhar o prémio depois de Cannavaro (2006), mas acabou por ser o segundo mais votado, enquanto Modric nem sequer esteve entre os 30 nomeados.
“Foi um ano espectacular, mas há um par de jogadores que não são normais. É preciso respeitar a grandeza”, declarou o holandês. Ainda assim, a votação final espelha o ano espectacular ano que os “reds” de Anfield estão a ter. Tiveram sete nomeados, com quatro deles a figurarem entre os dez mais votados -Van Dijk (2.º), Mané (4.º), Salah (5.º) e Alisson (7.º).
Entre os outros prémios atribuídos na capital francesa, a norte-americana Megan Rapinoe ganhou o galardão de melhor jogadora de 2019. A média norte-americana também já tinha conquistado “The Best”, graças a um ano em que foi a maior figura da selecção dos EUA que se sagrou campeã mundial em França e em que se manteve como uma voz bem activa pela igualdade de género no futebol. Rapinoe não esteve presente na cerimónia em Paris, mas deixou uma mensagem a agradecer a distinção da France Football.
Matthjis de Ligt, central da Juventus, foi eleito o melhor jogador jovem do ano (à frente de Jadon Sancho e João Félix), Alisson Becker, do Liverpool, recebeu o prémio Yashin para o melhor guarda-redes - Ter Stegen, do Barcelona, e Ederson, do Manchester City, completaram o pódio.