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“Deus não existe!”: os cartazes anti-religiosos da União Soviética
Karl Marx chamou à religião "o ópio do povo" e a União Soviética abraçou, vigorosamente, o ateísmo enquanto parte da sua ideologia política, pregando e agindo activamente em prol da extinção de todos os credos e de todas as estruturas de apoio e disseminação de ideias religiosas em todo o território soviético. Entre 1917 e 1991, com recurso a uma eficaz máquina de propaganda, o regime da URSS afixou posters e publicou revistas de natureza anti-religiosa que se mantêm, até hoje, longe do olhar ocidental. Mas há quem queira torná-los visíveis.
Parte desses blasfemos documentos foram coleccionados por Roland Elliot Brown e compilados pela editora FUEL, que criaram, em conjunto, o livro Godless Utopia: Soviet Anti-Religious Propaganda. "Aqui estão reunidas estranhas, criativas e blasfemas imagens que vêm das entranhas da máquina ateísta soviética: padres sinistros posicionados lado a lado com torturadores coloniais, mulás gananciosos, Jeová ciclópico e Jesus cripto-fascista" são alguns dos protagonistas destas poderosas ilustrações, refere a editora, em comunicado ao P3. "O ateísmo soviético é um dos grandes temas perdidos do século XX", remata. E isso muda hoje.