Polícia brasileira faz buscas em escritórios ligados a navio grego suspeito de derramar petróleo

Acção faz parte da operação Mácula, organizada para apurar a origem e autoria do derrame de petróleo que já atingiu 286 praias em 98 cidades dos nove estados da região Nordeste do país.

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REUTERS/STRINGER

A Polícia Federal do Brasil fez nesta sexta-feira buscas em escritórios no Rio de Janeiro ligados a um navio grego suspeito de ter causado o derrame de petróleo que atinge a costa Nordeste do país.

As buscas fazem parte da operação Mácula, criada para apurar a origem e autoria do derrame de petróleo que já atingiu 286 praias em 98 cidades dos nove estados da região Nordeste do país, segundo dados actualizados na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

Em comunicado, a Polícia Federal afirma ter obtido a localização da mancha inicial de petróleo em águas internacionais, a cerca de 700 quilómetros da costa brasileira, em sentido leste, com extensão ainda não calculada.

“A partir da localização da mancha inicial, cujo derrame se suspeita ter ocorrido entre os dias 28 e 29 de Julho, foi possível identificar o único navio petroleiro que navegou pela área suspeita, por meio do uso de técnicas de geo-inteligência e cálculos oceanográficos regressivos”, informaram as autoridades.

“A embarcação, de pavilhão grego, atracou na Venezuela a 15 de Julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”, acrescentaram no comunicado.

A polícia brasileira também destacou que o navio grego está vinculado a uma empresa de mesma nacionalidade, porém ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado.

Os investigadores frisaram que foram solicitadas buscas noutros países através de mecanismos de cooperação internacional para obter dados adicionais sobre a embarcação, tripulação e a empresa responsável.

De acordo com a Marinha brasileira, desde 2 de Setembro, data em que o petróleofoi detectado nas praias, militares foram mobilizados para as áreas contaminadas. As manchas de petróleo no mar e nas praias brasileiras já mataram tartarugas marinhas, pássaros, golfinhos e crustáceos. Alguns especialistas salientaram que o petróleo nas águas do Atlântico da costa brasileira ameaça espécies animais, algumas delas em risco de extinção como o peixe-boi, e pode contaminar a cadeia alimentar.

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Voluntários limpam a praia de Suape, Cabo de Agostinho EPA/BRENDA ALCANTARA