FC Porto não soube vestir o fato de líder

Com um golo feliz do central Pepe, os “dragões” empataram a um golo na Madeira, frente ao Marítimo, e deixaram fugir o comando da Liga.

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LUSA/GREGORIO CUNHA

Três dias depois de alcançar a nona vitória consecutiva a nível interno com uma exibição de muita qualidade frente ao Famalicão, o FC Porto entrou em campo pela primeira vez esta época no comando do campeonato, mas os “dragões” não souberam vestir o fato de líder e entregaram o comando da I Liga ao Benfica. No Funchal, contra o Marítimo, num palco onde Sérgio Conceição tinha vencido sempre como técnico dos portistas, o FC Porto viu-se cedo em desvantagem, mas, mesmo realizando uma exibição sofrível, evitou a segunda derrota na prova aos 85’, com um golo feliz de Pepe (1-1).

Apesar de um par de deslizes na Liga Europa com prestações comprometedoras, a subida do FC Porto à liderança do campeonato, no passado fim-de-semana, chegou com naturalidade. Após a derrota em Barcelos na ronda inaugural, os portistas somavam sete vitórias consecutivas e um total de 18 golos marcados e apenas dois sofridos. Porém, a forma convincente como os “dragões” derrotaram o Famalicão, até então líder e invicto na I Liga, levou a que Conceição fosse fiel ao ditado de que “em equipa que ganha não se mexe”. Desta vez, porém, a aposta revelou-se um fiasco.

Com Alex Telles e Zé Luís no banco, e Marega a muitos quilómetros de distância, Conceição voltou a entregar as laterais a Mbemba e Manafá, com Otávio no apoio a Soares, e Corona e Luis Díaz nos flancos ofensivos. No entanto, desta vez não se viu o futebol fluido e objectivo de domingo e, com uma entrada amorfa em jogo, o FC Porto foi ao tapete na primeira investida dos madeirenses: aos 11’, após um canto, Danilo aliviou para uma zona proibida e Franck Bambock, a única novidade no “onze” de Nuno Manta Santos, aproveitou para rematar de primeira, com a bola a sair com potência, não dando grandes hipóteses de defesa a Marchesín.

Com a equipa formatada para o contra-ataque, aproveitando a mobilidade de Maeda, Edgar Costa e Correa, o Marítimo ficou confortável no jogo e cedeu de forma ainda mais evidente o domínio ao FC Porto. Com Soares bem controlado por Renê Santos e Douglas Grolli, os “dragões” não conseguiram traduzir a supremacia na posse de bola em situações de perigo e o intervalo chegou com uma má notícia para os “azuis e brancos”: nas 12 ocasiões em que tinham chegado ao final dos primeiros 45 minutos a perder com o Marítimo no Funchal, apenas por uma vez haviam conseguido evitar a derrota. 

Apesar da história e da exibição sofrível, Conceição demorou a reagir. Sem alterações ao intervalo, os portistas voltaram para a segunda parte com a mesma atitude e, aos 70’, o FC Porto ainda não tinha realizado qualquer remate enquadrado com a baliza de Amir.

Obrigado a corrigir as opções iniciais, Conceição socorreu-se de Zé Luís, Nakajima e Alex Telles, mas apesar de esmagar na posse de bola (77,5% no final do jogo) foi com mais fortuna do que engenho que o treinador portista viu a sua equipa a evitar a derrota. Aos 85’, num lance feliz para os “dragões” e confuso q.b., em que o guarda-redes Amir ficou a pedir falta, Soares rematou contra a cabeça de Pepe, Grolli ainda tentou cortar, mas o árbitro considerou que a bola que embateu na nuca do defesa ultrapassou por completo a linha de golo.

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