PCP substitui deputado Francisco Lopes por Bruno Dias

Redução do número de deputados leva direcção do partido e grupo parlamentar a rearrumarem os eleitos. Francisco Lopes vai dedicar-se à supervisão do trabalho da bancada mas a partir do secretariado do comité central.

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Bruno Dias, em 2015,Bruno Dias, em 2015 Daniel Rocha,Daniel Rocha
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Francisco Lopes no Comício da CDU na Cova da Piedade, nas últimas legislativas Pedro Fazeres
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Jerónimo de Sousa, Francisco Lopes e Bruno Dias no Comício da CDU na Cova da Piedade, nas últimas legislativas Pedro Fazeres

A direcção do PCP decidiu substituir o deputado Francisco Lopes, que liderou a lista da CDU por Setúbal, e fazer reentrar na Assembleia da República Bruno Dias, que fora candidato por aquele distrito em quarto lugar e que, devido à redução do número de eleitos, acabou por ficar fora do Parlamento. Francisco Lopes, que foi já candidato à Presidência da República apoiado pelo PCP em 2011, manterá o seu lugar no secretariado do comité central comunista assim como na comissão política daquele órgão, e ficará com responsabilidades sobre o trabalho do grupo parlamentar.

O anúncio da substituição foi feito esta noite pelo gabinete de imprensa da Soeiro Pereira Gomes. A substituição foi uma decisão tomada entre a direcção do PCP e o grupo parlamentar presidido pelo deputado João Oliveira, eleito por Évora. Francisco Lopes, electricista de profissão, é deputado desde 2005, sempre eleito pelo círculo de Setúbal. Já Bruno Dias, licenciado em Ciências da Comunicação, estreou-se no Parlamento em 2001, com apenas 25 anos, e concorreu sempre por Setúbal.

Com a redução de 15 para dez deputados (perderam Carla Cruz em Braga; um no Porto - com a deslocação de Jorge Machado para Viana do Castelo não elegeram o terceiro pelo Porto -; um em Lisboa; um em Setúbal - Bruno Dias -; e um em Faro - com a substituição de Paulo Sá por Tiago Raposo) foi preciso redistribuir o trabalho parlamentar e percebeu-se que o perfil de Bruno Dias, que liderou dossiers como os transportes, a reversão da privatização e concessão da Carris, da Metro do Porto e STCP, o sector do táxi e o combate à Uber, era o que fazia mais falta agora na bancada. Além disso, o novo cenário de relacionamento no Parlamento com o PS e o Governo exige muito mais negociações, dossiers em que Francisco Lopes esteve sempre envolvido nos últimos quatro anos.

“O quadro político, as perspectivas de evolução da situação nacional e a concretização dos objectivos, projecto e papel do PCP ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país, colocam acrescidas exigências ao trabalho de direcção, à intervenção geral do PCP e também ao trabalho do grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República”, descreve o partido que, lembra, esse desafio terá de ser assumido “por um menor número de deputados”. Por isso, “na consideração da resposta a esta situação e da correspondente distribuição de forças”, Francisco Lopes será substituído no grupo parlamentar por Bruno Dias.

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