Um estudo do Centro de Investigação da Ciência do Futuro da Coreia do Sul, apresentado no Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, que decorreu no início do mês em Madrid, refere que a exposição a poluentes atmosféricos comuns (micropartículas) pode levar a uma queda de cabelo maior do que o expectável.
A conclusão resulta da observação feita após a exposição propositada de células de folículos do couro cabeludo humano a várias concentrações de partículas inaláveis de diâmetro inferior a dez micrómetros e gases resultantes da combustão de gasóleo — após 24 horas, os investigadores recorreram à técnica de transferência western (ou imunoblot de proteínas) para detectar os níveis de proteínas específicas nas células. Os resultados mostraram o decréscimo dos níveis de beta-catenina, ciclina D1, ciclina E e CDK2, as proteínas responsáveis pelo crescimento e retenção do cabelo, sendo que em concentrações maiores de poluição foi registada uma maior quebra nos níveis daquelas proteínas.
“Embora a associação entre poluição do ar e doenças graves, como cancro, respiratórias e cardiovasculares, esteja estabelecida, há pouca ou nenhuma investigação sobre o efeito de uma exposição específica [aos elementos poluentes] no que diz respeito à pele e a cabelos humanos”, considerou Hyuk Chul Kwon, que assina o estudo apresentado em Madrid. “A nossa investigação explica o modo como os poluentes atmosféricos interferem com as células do folículo humano, mostrando como os poluentes atmosféricos mais comuns levam à queda de cabelo”, remata.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente morrem 4,2 milhões de pessoas com complicações decorrentes da exposição a uma atmosfera poluída, sendo que o mesmo organismo estima que mais de 90% da população mundial viva em locais onde a poluição atmosférica exceda o limite estabelecido pela OMS.