Fotografia
As “sobrenaturais” estações de metro da ex-União Soviética, símbolos da utopia “luxo para todos”
São majestosas e opulentas, são belas e funcionais. As estações de metro dos territórios da ex-União Soviética têm algo de "sobrenatural", escreveu Nikita Khrushchev, antigo primeiro-ministro da extinta potência mundial na sua autobiografia. Isto porque as redes de transporte metropolitano da ex-União Soviética, que foram construídas entre 1930 e 1980, diferem grandemente dos sistemas utilitários que foram implementados em Londres, Paris, Nova Iorque ou Lisboa.
As grandes estações de metro soviéticas eram idealizadas para serem percepcionadas como obras de propaganda política. Fundiam arquitectura, escultura e pintura de várias correntes com o conceito de Comunismo; o conceito não andaria longe da ideia de "luxo comunitário": riqueza, beleza e conforto para todos. Vinte e oito anos passaram desde a queda da União Soviética, em 1991, mas estes lugares mantiveram-se quase intactos. São, talvez, o símbolo mais próximo da realização da utopia soviética.
O canadiano Chistopher Herwig, fotógrafo há mais de 20 anos, visitou os vários países que formaram a URSS para captar a essência e coleccionar a beleza de cada "obra metropolitana". Soviet Metro Stations, publicado pela FUEL, contém todos os registos que resultaram das suas expedições matutinas e subterrâneas.