Esteva pode ser o segredo para o antienvelhecimento da pele, revela Universidade da Beira Interior

A planta é um excelente antioxidante e pode vir a ser usada em produtos farmacêuticos. A investigação analisará ainda as propriedades de mais dez plantas aromáticas.

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A esteva pode ser um excelente ingrediente nos produtos antienvelhecimento. Park Street/ Unsplash

A esteva, segundo um estudo desenvolvido na Covilhã, pode ser um forte aliado na luta contra o envelhecimento da pele. Da próxima vez que for comprar um anti-rugas, já sabe, procure por esta planta no rótulo. 

Uma investigação científica desenvolvida na Universidade da Beira Interior (UBI) sobre plantas aromáticas e medicinais já permitiu comprovar que a “esteva é um ingrediente excelente para o antienvelhecimento da pele”, diz Ana Palmeira, uma das responsáveis pelo projecto, à Lusa.

“A esteva tem um perfil muito interessante do ponto de vista da actividade antioxidante e, através desta investigação, já comprovámos que ela pode ser um excelente ingrediente para produtos de antienvelhecimento da pele. Além disso, tem uma muito boa actividade microbiana e pode ser um bom candidato num produto antiacne”, aponta Ana Palmeira, durante a sessão de apresentação do projecto InovEP.

O InovEP centra-se no estudo das propriedades de 11 plantas aromáticas e medicinais que são produzidas em Portugal e em particular na região Centro, sendo o grande objectivo produzir conhecimento e depois transmiti-lo para a sociedade, nomeadamente para produtores e indústria. “Estamos a fazer um estudo que nos permitirá a caracterização de cada uma das plantas quer em termos de propriedades, quer de eventuais usos, quer ao nível da segurança na perspectiva do utilizador e do ambiente. Uma espécie de bilhete de identidade detalhado que depois será transmitido para que os produtores saibam em que plantas podem e devem produzir e para que a indústria saiba quais os extractos a que pode recorrer”, explica.

Segundo refere, está previsto o desenvolvimento de um produto para o tratamento de fissuras, sendo que o grande objectivo do projecto é produzir saber e partilhá-lo. “É um projecto que vem desmistificar a ideia de que as universidades e centros de saber não transferem conhecimento para a sociedade”, defende.

A análise que está mais adiantada reporta-se à esteva, cujo estudo está agora centrado na análise das propriedades anti-inflamatórias. Além disso, a investigação também já mostrou que o tomilho limão é um bom antifúngico e que tem boa bioactividade contra o fungo das unhas e que o manjericão, que é produzido ao ar livre, tem um bom perfil microbiano, enquanto o tomilho se afirma como um bom antifúngico que pode ser usado, por exemplo, em produtos para a candidíase.

No total vão ser estudadas e analisadas 11 plantas, conhecidas pelos seguintes nomes comuns: perpétua das areias, equinácea, esteva, camomila, manjericão, tomilho, lúpulo, hamamélis, eufrásia, cipreste e tomilho limão. Com um valor global de cerca de 800 mil euros, o InovEp é co-financiado a 60% pelo Centro 2020.