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Da “marcha do inferno” à glória nos 100 metros. As melhores imagens dos Mundiais de Atletismo no Qatar
As provas de meio-fundo e fundo dos Mundiais de atletismo em Doha, Qatar, têm sido particularmente duras devido às condições atmosféricas.
Na madrugada de sábado, a portuguesa Salomé Rocha terminou a maratona dos Mundiais de atletismo de Doha na 28.ª posição e, assim que cortou a meta, foi levada em cadeira de rodas para o posto médico. Não foi a única: a prova feminina começou à meia-noite local, mas nem assim as condições foram propícias à corrida, com o calor e a humidade a levarem muitas atletas a desistir e uma a ser levada de ambulância.
As provas de meio-fundo e fundo dos Mundiais de atletismo em Doha, Qatar, têm sido particularmente duras devido às condições atmosféricas.
Na maratona feminina, as condições difíceis que se esperavam até acabaram por ser um pouco piores, com uma temperatura de 32 graus à meia-noite, hora do arranque da corrida, e humidade de cerca de 80%. Como consequência disso, nenhuma das atletas fez recorde pessoal e houve 26 desistentes, com 40 maratonistas a acabar uma competição sem adesão de público, com a Corniche de Doha quase “deserta” — eram bem mais os polícias, jornalistas e elementos da organização.
A prova dos 50km marcha já é um desafio brutal que testa os limites dos atletas que nela participam. E ainda mais brutal se torna quando é disputada nas condições em que se disputou a prova masculina na madrugada de domingo, em Doha, a fechar o segundo dia dos Mundiais de atletismo, com uma temperatura acima dos 30 graus e um nível de humidade impróprios para provas super-longas. Antes de dar os primeiros passos na marginal de Doha, João Vieira chamou a estes 50km a “marcha do inferno”. Mas o atleta de 43 anos, o mais veterano entre os portugueses que foram ao Qatar, foi dos que sobreviveram com mais brilhantismo, conquistando a medalha de prata após mais de quatro horas a marchar, e não muito longe de Yusuke Suzuki, o japonês que liderou a prova desde os primeiros metros.
Mesmo as provas no Estádio Internacional Khalifa, com o seu sofisticado sistema de refrigeração, não facilitam o trabalho dos atletas. Na quinta-feira, Braima Dabó, da Guiné-Bissau, teve que ajudar o atleta Jonathan Busby, de Aruba, a terminar a eliminatória masculina dos 5000 metros.
A cerca de 250 metros da meta, Busby apresentou dificuldades para se manter em pé devido às altas temperaturas no Khalifa. Dabó, do clube português Maia Atlético Clube, não deixou a situação passar em claro, voltando atrás para “carregar” o colega e concluírem a prova ao mesmo tempo, cerca de cinco minutos depois do vencedor.