Elizabeth Warren ultrapassou pela primeira vez Joe Biden nas sondagens

A senadora norte-americana obteve 27% das intenções de voto dos democratas e o ex-vice-presidente 25%. Warren e Biden lideram, isolados, a corrida para a nomeação do candidato do Partido Democrata às eleições presidenciais de 2020.

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A senadora tem avançado nas sondagens desde os debates democratas de Setembro Reuters/BRIAN SNYDER

A candidata democrata Elizabeth Warren ultrapassou pela primeira vez nas sondagens Joe Biden, o candidato que até agora estava à frente na corrida das primárias democratas. Uma sondagem nacional da Universidade de Quinnipiac mostra Warren com 27% das intenções de voto entre os democratas, enquanto Biden ficou um pouco atrás, com 25%. Já Bernie Sanders fica em terceiro lugar, com 16%.

A liderança de Warren está dentro da margem de erro da sondagem e, portanto, estão basicamente empatados. Se se olhar para a tendência entre os dois principais candidatos democratas, a senadora está ganhar terreno e o vice-presidente de Barack Obama a perdê-lo, e ambos estão a deixar para trás os restantes candidatos à nomeação como candidato do Partido Democrata para concorrer contra Donald Trump nas eleições presidenciais de Novembro de 2010.

“Depois de ter estado atrás de Joe Biden por dois dígitos desde Março na corrida para a nomeação democrata, Warren apanha Biden”, disse em comunicado o analista da Universidade de Quinnipiac Tim Malloy. “Temos agora uma corrida entre dois candidatos isolados e que estão a deixar o resto para trás”.

A sondagem foi conduzida entre 19 e 23 de Setembro. A 20 de Setembro soube-se que um elemento dos serviços secretos apresentou uma queixa que denunciou o teor do telefonema entre o Presidente, Donald Trump, e o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelensky, em que o primeiro pressionou o segundo a investigar os negócios do filho de Biden em Kiev. Telefonema que desencadeou o processo de impeachment de Trump pelos democratas. 

O avanço de Warren é bastante significativo se se tiver em conta uma outra sondagem da mesma instituição aos eleitores democratas, realizada em Agosto. Nesta, Biden obteve 32% das intenções de voto e Warren ficou bem atrás, com 19%. Já Sanders teve 15%.

Warren foi para os debates das primárias em Setembro com 18% e o seu desempenho fez com que descolasse, diz a o analista Harry Enten na CNN. Em algumas sondagens pós-debate, Warren subiu para os 23%, com Biden a ficar nos 28%.

Uma tendência que, continua Enten, já se vinha a registar nos primeiros meses de 2019 no estado do Iowa. “Nas nossas [CNN] últimas sondagens, ela tinha 9% em Março e 15% em Junho. Em comparação, Biden foi na direcção contrária: 27% em Março para 23% em Junho”, escreveu Enten, referindo-se a uma série de sondagens nos últimos meses.

Warren começou a surgir no topo das preferências durante os debates democratas, em Setembro, isto caso se tenha em conta uma sondagem não tradicional da YouGov. Ao contrário das tradicionais sondagens onde se pede para os entrevistados escolherem apenas um candidato, a empresa pediu-lhes que ordenassem os cinco candidatos por ordem de preferência e Warren acabou mesmo por ultrapassar Joe Biden por seis pontos. Ou seja, Biden recebe mais votos como favorito, mas Warren ganharia a nomeação democrática para as presidenciais de 2020 se o método de escolha fosse outro.

E o avanço de Warren ganha ainda mais força com a divulgação, esta terça-feira, de uma outra sondagem, agora limitada ao New Hampshire. No estudo, realizada pela Universidade de Monmouth, a senadora conquistou 27%, enquanto Biden 25%, com a margem de erro a ser de 4,9%.

No Nevada, a senadora está quatro pontos atrás de Biden. A sondagem da Universidade de Suffolk, em parceria com a USA Today e com o Reno Gazette-Journal e divulgada esta semana, concluiu que Biden tem 23% das intenções de voto e Warren 19%.

A senadora está a apostar forte nos quatro primeiros Estados a irem a votos para a nomeação democrata: Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul. Warren anunciou esta semana um aumento de dez milhões de dólares nos gastos de campanha nestes estados.

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