Ter um cão, concluíram investigadores, é benéfico para a saúde. De acordo com um estudo publicado na revista médica Mayo Clinic Proceedings, editada, desde 1926, pela holandesa Elsevier e patrocinada pela Mayo Clinic, aqueles que têm por companhia um cão exercitam-se mais, o que, consequentemente, faz com que apresentem uma tensão arterial mais baixa e que pesem menos do que os que não usufruem de amigos caninos. Além disso, de acordo com a população estudada, o risco de diabetes entre os que têm amigos de quatro patas é menor.
Os amantes de outros animais de estimação, porém, não precisam de desanimar já. Segundo Andrea Maugeri, investigador no Centro Internacional de Investigação Clínica do Hospital Universitário de St. Anne, em Brno, na República Checa, num comunicado citado pelo The Telegraph, “regra geral, as pessoas que têm um qualquer animal de estimação são mais propensas a ter um estilo de vida activo, uma dieta melhor e uma tensão arterial com níveis ideais”.
Ainda assim, depois da investigação, que envolveu um grupo de 1769 pessoas, entre os 25 e os 64 anos, os investigadores concluíram que, quando o animal de estimação é um cão, todos os níveis apresentam melhores resultados, excepto num ponto: curiosamente, entre os donos de cães foi encontrada uma maior taxa de fumadores, o que pode prejudicar todos os outros sinais de boa saúde a curto prazo, avisaram os investigadores, citados pela revista Newsweek. Da amostra estudada, 42% afirmaram ter um animal de estimação e 24% indicaram que o mesmo era um cão.
O investigador Francisco Lopez-Jimenez, presidente da secção de prevenção de doenças cardíacas da Mayo Clinic em Rochester, no estado norte-americano do Minnesota, disse à mesma publicação que ter um cão já tinha sido anteriormente relacionado com uma boa saúde mental, o que, para o mesmo especialista, acaba por diminuir o risco de ataques cardíacos.
Em Portugal, as patologias cardiovasculares são responsáveis pela morte de cerca de 35 mil pessoas por ano, segundo informação veiculada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, que alerta para o facto de mais de metade da população portuguesa entre os 18 e os 79 anos apresentar pelo menos dois factores de risco: excesso de peso, hipertensão, colesterol muito elevado e tabagismo.
Para o presidente da FPC, Manuel Carrageta, citado este ano pela Lusa, no âmbito da campanha anual Maio, Mês do Coração, “a insuficiência cardíaca deve ser considerada uma prioridade nacional”.