Esta é a cara do Festival Paredes de Coura — gente de todo o lado e gente que não teve de vir de parte nenhuma

Os festivais que ocupam vilas e aldeias são um mapa, centro geodésico de gente que vem de todo o lado ou que não precisou de vir de parte nenhuma. São de cá, são de Coura. Durante uma semana, estiveram juntos.

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É toda uma história, ir a um concerto. Ir a um festival é um livro inteiro, enciclopédia de gente, gostos, olhos e ouvidos para descobrir quem lá está, encontrar quem se procura – e isto pode ser sobre a música, mas também pode ser sobre pessoas. São elas que fazem os números dos balanços e das reportagens, são eles que fazem o ponto que é cada um desses rostos nas fotos e filmes de uma gigantesca multidão feliz quando toca aquela nota tão esperada, irada quanto recebe o estímulo tão necessário.

Os festivais que ocupam vilas e aldeias são também um mapa, centro geodésico de gente que vem de todo o lado ou que não precisou de vir de parte nenhuma. São de cá, são de lá, são de Coura, cresceram com o festival, viram o festival crescer com a vila e a vila a crescer com este encontro anual de gerações. Vieram de fora, do país ou do concelho, ver Paredes de Coura na versão que cada ano se oferece.

Usam piercings ou crucifixos, calções de banho ou a melhor maquilhagem. Usam a identidade no peito, em t-shirts orgulhosas daquele cantor, ou na pele com saudades do que não viveram. Embrulham-se nos amigos e no pulso estão todos os festivais acumulados até que, contas feitas e noves fora nada, em Agosto estão num vale do Minho ouvir música. J.A.C.

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