A festa cigana de Kusturica, os 20 anos dos Expensive Soul e o regresso dos Bush

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No meio da multidão. Foi onde Gavin Rossdale, guitarrista, vocalista e líder dos Bush, acabou, nesta sexta-feira, o concerto de regresso a Portugal dos britânicos, antes de voltar ao palco para o encore. Foi assim, em sintonia com o público, que esteve durante todo o concerto no North Music Festival, na Alfândega do Porto – o único que tinham marcado na agenda na Europa para o ano de 2019.

Apesar de terem vendido 20 milhões de discos em todo o mundo do álbum de estreia Sixteen Stone, lançado há 25 anos, nunca foram o nome mais popular no sítio que os viu nascer, o Reino Unido. Em Portugal, sempre tiveram uma legião de fãs fiel. Mais uma vez, neste regresso, ficou provado que aqui conservam uma legião de seguidores que não se esqueceu da banda ícone de uma geração pós-grunge que esteve em repouso entre 2002 e 2010.

Foi a passear pelos álbuns mais icónicos, o de estreia e Razorblade Suitcase (1996), que mostraram, com formação recauchutada depois do hiato, não estar empenhados apenas em mais um regresso nostálgico ao estilo reunião para marcar passo e ganhar dinheiro. Desde o regresso, já lançaram mais três álbuns e preparam-se para editar um novo trabalho no Inverno deste ano.

Little things, Everything zen, Machinehead, Comedown Swallowed foram alguns dos trunfos usados para chegar à multidão que compunha o recinto àquela hora, com o rio Douro mesmo ali ao lado a servir de espelho para as luzes do palco e de boleia para o som que ecoava do outro lado, em Gaia. No encore deu para tudo, até para arriscarem numa versão de Come together, dos Beatles.

Antes disso, ao final da tarde, foram os Expensive Soul, a “jogar em casa”, que se serviram do palco para celebrar 20 anos de carreira e para recordar que “Leça da Palmeira é a terra mais bonita de Portugal” e que o “amor é mágico”. Embalados no seu soul regado a funk e hip hop, aproveitaram para desvendar a ponta do véu e tocaram novo tema.

Foi também em ambiente de festa que Emir Kusturica, com a sua The No Smoking Orchestra, subiu ao palco para mais um regresso do cineasta, aqui na pele de músico, a um país que já deve conhecer quase tão bem quanto conhece Sarajevo, onde nasceu. Na Alfândega, fez o que costuma fazer. Montou uma festa cigana com violinos, acordeão e guitarra distorcida para abrir caminho ao caos controlado da espécie de punk-nómada que criou no início dos anos 1990 e serviu de inspiração a bandas como Gogol Bordello, que lá tocaram na edição do ano passado.

Este sábado, na Alfândega, ainda passam pelo palco principal do North Music Festival Franz Ferdinand, Bastille, Capitão Fausto e Glockenwise.