Marisa Matias: “O Bloco de Esquerda não rouba, nunca roubou”. Nem eurodeputados

O Bloco de Esquerda apresentou um manifesto, assinado por dezenas de sindicalistas, de apoio à candidatura.

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Marisa Matias aos comandos da locomotiva LUSA/JOSÉ COELHO
Bloco voltou a referir-se à ferrovia
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Bloco voltou a referir-se à ferrovia LUSA/JOSÉ COELHO
Campanha do Bloco de Esquerda
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Campanha do Bloco de Esquerda LUSA/JOSÉ COELHO

Diante da locomotiva a vapor de 1924, que está estacionada na Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, estão Marisa Matias, José Gusmão e Sérgio Aires, três dos candidatos ao Parlamento Europeu do Bloco de Esquerda nestas eleições. Com aqueles passageiros a bordo e com um volante tão pesado e difícil de virar, o destino eleitoral da antiga máquina é ainda uma incógnita. “Estamos os três na carruagem, as pessoas logo decidem onde a querem levar”, brinca a cabeça de lista, Marisa Matias.

Seria com a mesma boa disposição que responderia, mais tarde, novamente à comunicação social. Questionada sobre a quem é que o Bloco de Esquerda pretende roubar um eurodeputado, a candidata riposta: “O Bloco de Esquerda não rouba, nunca roubou. Somamos, consolidamos, ganhamos e procuramos, muitas vezes, ultrapassar impossíveis. Podem acusar-nos de muita coisa, mas de roubar ninguém nos pode acusar.”

A também eurodeputada deu a conhecer nesta quinta-feira um manifesto de apoio à candidatura que encabeça e que junta sindicalistas, membros de comissões de trabalhadores e precários. Hotelaria, função pública, professores, estivadores, médicos, são dezenas os profissionais, de diferentes sectores, que assinam a carta de apoio.

E foi à boleia da necessidade de defender os direitos no trabalho que a candidata frisou que, à semelhança da esperança que mantém para que haja um acordo em relação à Lei de Bases da Saúde, também espera que haja um entendimento com o PS em matéria laboral: “Acredito sempre que há tempo”, insistiu.

Lembrando que a “defesa do trabalho com direitos” é uma “luta muito difícil em Portugal e na União Europeia” e que “todas as forças que se juntarem” para “caminhar” nesse sentido não são de mais, acrescentou: “Acredito que ainda há condições, se houver vontade política, quer na saúde, quer no trabalho, para se fazer justiça a quem tem sido injustiçado ao longo de tantos anos”.

Marisa Matias fez ainda um breve comentário sobre um dos assuntos do dia, defendendo que a medida relativa à gratuitidade dos manuais escolares “tem de ser posta em prática na sua totalidade”: “Os manuais escolares gratuitos são fundamentais para a escola pública e têm de chegar a toda a gente”, afirmou, quando questionada sobre o relatório do Tribunal de Contas que aponta para uma suborçamentação de 100 milhões de euros na despesa do Ministério da Educação que, com o alargamento ao 3.º ciclo e secundário, deve chegar aos 150 milhões. O mesmo tribunal lançou ainda outro alerta: numa auditoria à aplicação da distribuição de manuais gratuitos constatou que neste ano lectivo só 4% dos manuais atribuídos eram livros em segunda mão.

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