Mais um jogo louco, mais um finalista improvável

A segunda meia-final da Liga dos Campeões foi tão espectacular como a primeira. Se na véspera o Liverpool espantou o mundo, nesta quarta-feira, o Tottenham fez o mesmo.

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Lucas Moura e os seus colegas de equipa festejam Matthew Childs/Reuters

Será uma final inédita e 100% inglesa a que Liverpool e Tottenham vão oferecer no dia 1 de Junho, em Madrid, e que decidirá quem será o novo campeão europeu de clubes, sucedendo ao Real Madrid. Nesta quarta-feira, em Amesterdão, em mais um jogo electrizante, o Tottenham fez ao Ajax o que o Liverpool fez na véspera ao Barcelona na outra meia-final da Champions. Anulou uma desvantagem de três golos. O herói do jogo foi o brasileiro Lucas Moura, autor de um “hat-trick” que permitiu aos “spurs” derrotarem o Ajax por 2-3, anulando dessa forma o triunfo holandês por 1-0, registado na semana anterior, em Londres.

Se há jogos que ficam na história de um clube, o de ontem, será para sempre lembrado pelos adeptos do Tottenham aconteça o que acontecer no início do próximo mês. Fundado em 1882, o emblema londrino nunca tinha chegado a um final da principal competição europeia – o melhor que tinha conseguido foram duas presenças nas “meias”, uma delas frente ao Benfica, em 1962. E, nesta quarta-feira, poucos diriam que a equipa treinada há cinco épocas pelo argentino Mauricio Pochettino teria outra sorte. Trazendo de casa uma desvantagem de um golo e a perder por 2-0 ao intervalo, o destino dos “spurs” – que tinham perdido nove das suas últimas dez partidas disputadas fora do seu estádio - parecia traçado.

A praticar o seu futebol ofensivo e veloz, que tem cativado boa parte da Europa e com o qual ajoelhou alguns dos mais poderosos emblemas do futebol europeu da actualidade – Real Madrid e Juventus caíram, respectivamente, nos “oitavos” e nos “quartos” -, o Ajax iniciou a partida confiante e rapidamente chegou ao golo. Tinham passado apenas 5’ e, na sequência de um canto, um cabeceamento de De Ligt, o capitão do Ajax, inaugurou o marcador.

O Tottenham mostrava-se incapaz de reagir e tudo iria piorar quando Ziyech, num remate fenomenal de pé esquerdo, dilatou a vantagem (36’) e colocou o Ajax com três golos de diferença para o seu adversário.

Só que Pochettino deve ter relembrado aos seus jogadores durante o intervalo que apenas 24 horas antes também o Liverpool tinha conseguido protagonizar uma reviravolta miraculosa frente ao Barcelona, anulando uma desvantagem de três golos. Deve ter-lhes recordado também a partida que fizeram contra o Manchester City, a segunda mão dos quartos-de-final desta Champions, quando um golo de Llorente já no derradeiro quarto de hora, permitiu aos “spurs” seguirem em frente com um resultado agregado de 4-3. E os ingleses surgiram completamente transfigurados no segundo tempo.

Lucas Moura foi o herói dos londrinos, que em apenas cinco minutos ressuscitaram graças aos dois golos apontados pelo avançado brasileiro (56’ e 59’). Depois, sucederam-se as jogadas de perigo junto de ambas as balizas, com o Ajax a acertar no ferro da baliza de Lloris e o Tottenham a fazer o mesmo à baliza de Onana (já o tinha feito no primeiro tempo). Mas ninguém estava preparado para, já no quarto minuto do tempo de compensação, Lucas Moura colar pela terceira vez nessa noite a bola no fundo da baliza holandesa.

No dia 1 de Junho, em Madrid, Liverpool e Tottenham vão protagonizar a segunda final totalmente inglesa da Liga dos Campeões, depois de em 2007/08, o Manchester United se ter imposto ao Chelsea nos penáltis. E se a partida decisiva tiver apenas metade da espectacularidade das meias-finais será um jogo memorável.

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