Amar Amália anuncia novos espectáculos e Governo prepara centenário
O espectáculo Amar Amália regressa à Altice Arena em Outubro e estreia-se depois em Guimarães e no Porto. E o governo já prepara as comemorações oficiais do centenário.
2019 e 2020 são dois anos-chave na evocação de Amália Rodrigues. Dia 6 de Outubro completam-se 20 anos sobre a sua morte e a 1 de Julho do próximo ano há-de celebrar-se o centenário do seu nascimento. Para assinalar a primeira data, realizou-se no dia 16 de Fevereiro, na Altice Arena, em Lisboa, um espectáculo intitulado Amar Amália, que reuniu, perante uma larga audiência, vozes de várias áreas musicais a pretexto de celebrar a vida e obra da cantora que se tornou, por mérito próprio, um ícone nacional.
E aí estiveram Paulo de Carvalho, Dulce Pontes, Marco Rodrigues, Vanessa da Mata, Amor Electro, Maria Emília e Sara Correia. É esse espectáculo que agora regressa, em três edições: em Lisboa, no mesmo pavilhão, no dia 5 de Outubro (com Dulce Pontes, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira, Marco Rodrigues, Aurea e Jorge Palma); e depois em Guimarães (Pavilhão Multiusos, dia 8 de Novembro) e no Porto (dia 16 de Novembro, em sala ainda a anunciar), com idêntico elenco e ligeiras alterações: em lugar de Aurea e Jorge Palma, juntar-se-á ao grupo a fadista Cuca Roseta. A direcção artística estará a cargo, tal como no primeiro, de Diogo Clemente e Tiago Pais Dias.
Jorge Veloso, mentor do projecto (cujo regresso foi esta quarta-feira apresentado em conferência de imprensa na Casa-Museu Amália Rodrigues), justifica deste modo ao PÚBLICO a heterogeneidade do cartaz anunciado: “É passar a obra que a Amália nos deixou, o seu repertório, alargar a sua franja de público. E juntar todos estes artistas num mesmo palco foi um desafio enorme para mim e para toda a equipa do projecto.”
Cada um dos artistas participantes apresenta algo de seu e só depois abordará temas do repertório de Amália. “Eles apresentam-se, cantam um tema deles e depois, à sua maneira, interpretarão temas do repertório de Amália. Foi isso que foi conseguido no primeiro espectáculo e é isso que nós queremos agora fazer em tournée nacional e depois um pouco pela diáspora portuguesa. Mostrando que o repertório da Amália é um repertório de música portuguesa e que diferentes artistas, através do fado, do pop, do rock, podem interpretá-lo. Para que uma pessoa de 20 anos possa seguir isto ao vivo.”
Preparar o centenário
No mesmo dia, de manhã, lia-se no Diário da República um despacho conjunto dos ministros das Finanças e da Cultura anunciando a criação de um grupo de trabalho (não remunerado) para “preparar as comemorações oficiais dos 100 anos do nascimento de Amália Rodrigues”, em 2020. Este grupo de trabalho é constituído por Rui Vieira Nery, professor, investigador e etnomusicólogo; Sara Pereira, investigadora e directora do Museu do Fado; Salwa Castelo-Branco, professora catedrática e etnomusicóloga; e, em representação da Ministra da Cultura, Rita Jerónimo, técnica especialista no ministério.
Segundo o despacho, o grupo de trabalho terá de apresentar uma proposta de programa oficial até 6 de Outubro de 2019, devendo associar às comemorações “os organismos da área da cultura e da comunicação social”, sob direcção da Ministra da Cultura, “assim como outras entidades relevantes na área do fado, da música e da cultura em geral.”
Além disso, deverá associar “outros eventos ou comemorações com relação temática”, “promover a cooperação das entidades nacionais com organismos a nível internacional” e, por fim, “incentivar a participação de outras entidades, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, incluindo representantes da comunidade académica e científica no programa das comemorações.” Dia 6, quando se cumprirem 20 anos sobre a morte de Amália, é a data-limite para a proposta. O que dela sair saberemos depois.