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Os balões que sobem, sobem também descem, descem — e matam as aves marinhas
"Sobe, sobe, balão sobe." De certeza que já estás a trautear o resto. Mas esta versão acaba de forma diferente: desta vez, o balão não vai falar com "aquela estrela"; vai rebentar, cair e ser engolido por uma ave marinha. É uma adaptação "aos dias que se vivem no nosso planeta" feita por Carla Lourenço, bióloga marinha, e Rúben Silva, estudante de doutoramento em Biotecnologia e Biociências, para alertar para o perigo e sofrimento que os balões representam para os animais. Depois da reinterpretação da música que Manuela Bravo levou ao Festival da Canção em 1979, Carla mostra um balão (não vá alguém não saber o que é) e explica que este é o objecto de plástico "mais mortal para as aves marinhas" — "uma em cada cinco irá morrer", avisa a bióloga de 29 anos, que também é criadora da Straw Patrol, um projecto que quer acabar com o uso de palhinhas.
No seu canal de YouTube criado há cerca de um ano, Lourenço et al., Carla alia a sua área de formação à vontade de comunicar e fala sobre os temas que considera "mais gritantes", como as alterações climáticas, o lixo marinho e a utilização de plástico. A ideia é "explicar as problemáticas de forma mais descontraída", mas sempre com "fundamento de artigos científicos", refere.
"Balão nem no ar, nem no mar, nem no chão", afirma no vídeo, e apela para que acabem com as largadas de balões. A bióloga marinha lembra ainda que há mais hábitos a adoptar para "contribuir para um oceano mais saudável": "Não usar palhinhas, comprar a granel e reduzir a utilização dos plásticos descartáveis." Para lutar contra as alterações climáticas, Carla sugere a "utilização de transportes públicos e bicicleta" e a redução do consumo de carne. Em suma, "passa por consumir menos, consumir sustentável e de forma pensada".