PSD viabiliza vedação no Miradouro de Sta. Catarina em Lisboa

A câmara decide esta sexta-feira, numa reunião pública, o futuro de um espaço emblemático da cidade.

Foto
daniel rocha

Sexta-feira, dez da manhã, Paços do Concelho. Após oito meses de controvérsia, a câmara de Lisboa vai finalmente decidir o que fazer no Miradouro de Santa Catarina. Ao contrário do que é hábito, a reunião será pública e em cima da mesa estarão propostas de quatro partidos. A do PS, subscrita por Fernando Medina, que prevê a vedação que se tornou o pomo da discórdia, tem aprovação garantida.

João Pedro Costa, vereador do PSD, confirma que vai abster-se, viabilizando assim a vedação. “Será uma abstenção com o desejo de que a vedação possa não vir a ser necessária”, diz o eleito, acrescentando que “está a ser criada uma falsa expectativa junto dos moradores de que a vedação vai resolver os problemas de segurança da zona”. “O problema da segurança só se resolve com o aumento do policiamento. Neste momento temos o espaço vedado e os problemas de segurança mantêm-se na mesma”, afirma João Pedro Costa.

O PSD começou por ser contra a vedação – e o vereador diz que essa posição se mantém “convictamente” – mas os relatos de moradores e comerciantes, ouvidos numa sessão pública a meio de Fevereiro no Liceu Passos Manuel, fizeram o partido repensar o seu sentido de voto.

Na assembleia de freguesia da Misericórdia em que o tema foi discutido, os sociais-democratas abstiveram-se e os eleitos do CDS também. O partido de Assunção Cristas ainda não decidiu como votará na sexta, mas, mesmo que vote contra, com a abstenção do PSD os restantes vereadores da oposição não chegam para chumbar a proposta socialista. João Pedro Costa diz, ainda assim, que vai levar à reunião uma proposta própria, cujos detalhes ainda são desconhecidos.

Quem anunciou uma proposta alternativa há quase três meses foi o vereador Manuel Grilo, do BE, que, apesar de ser parceiro de governação do PS, vai votar contra a vedação. O bloquista sugere “a instalação de equipamentos como bancos públicos e mesas independentes do quiosque”, o aumento da presença policial e ainda um “plano anual de dinamização do espaço”, com feiras, concertos e outros eventos culturais.

O PCP também leva a votos um documento próprio, no qual começa por propor “um estudo (…) que apresente dados concretos do problema e promova a participação pública quer para diagnóstico como para resolver os problemas nesta zona da cidade”. Os comunistas rejeitam a vedação e, já antes do tal estudo, pedem mais iluminação pública, a recuperação das casas de banho e mais acções de higiene urbana.

Brevemente, o Miradouro de Santa Catarina passará a ter uma vedação com dois metros e horários de abertura e fecho. O assunto foi objecto de duas petições contraditórias, que ainda estão na Assembleia Municipal de Lisboa para apreciação.

Sugerir correcção
Comentar