Um Objecto e seus Discursos à boleia de uma Adega que já não existe
As portas da Adega de S. Martinho são a personagem principal sessão da iniciativa municipal "Um Objecto e seus Discursos" deste sábado. O objectivo é recuperar a memória dos estabelecimentos característicos do Porto.
Findos 46 anos, a conhecida Adega de S. Martinho escreveu o último capítulo da sua história, há cerca de quatro anos, quando anunciaram, em Fevereiro de 2016, que Maria Teresa Teixeira teria de abandonar o prédio na rua D. João IV que foi vendido para a construção de um hotel. As portas azuis e brancas que caracterizavam uma das mais típicas casas do Porto nunca mais abriram desde o Verão desse mesmo ano. Ainda assim, este sábado, serão o pretexto para uma sessão da iniciativa municipal Um Objecto e Seus Discursos, na Casa do Infante, cujo objectivo é recuperar a memória dos espaços característicos do Porto.
Num debate moderado por Helena Gil Braga, chefe da Divisão Municipal de Arquivo Histórico da câmara do Porto, Ricardo Valente, vereador da Economia, Turismo e Comércio, e Hélder Pacheco, historiador e um dos autores da exposição Lojas do Porto: História e Identidade, vão “recuperar a memória deste e de outros espaços” característicos do Porto na Casa do Infante, que dará lugar à sessão.
A Casa do Infante recebe, desde Dezembro de 2018, a exposição Lojas do Porto: História e Identidade, patente ao público, como forma de enaltecer o papel do comércio na cidade. Juntam-se documentos, imagens e objectos do Arquivo Histórico Municipal do Porto aos objectos de alguns estabelecimentos que ainda resistem ou que, ao longo dos anos, foram desaparecendo pelos mais diversos motivos. É o caso das portas da Adega S. Martinho, que serviram de “objecto e pretexto” para Um Objecto e seus Discursos, “um projecto de conhecimento da cidade através das suas instituições e dos seus objectos” realizado aos sábados.
A participação é gratuita, mas limitada à lotação de 70 lugares.