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#muralidades: retratos que “misturam arte urbana e surrealismo”

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No meio da confusão, mas isolada de todo o ruído: a essência dos murais passa a ser admirada tal como ela é nas criações de Margarida Moreninho. As #muralidades repousam entre o real e o surreal para mostrar a arte urbana que se faz em Portugal. O projecto deu os primeiros passos num passeio pela Amadora. Margarida Moreninho viu os murais de Odeith "por acaso" e ficou surpreendida, porque "não tinham praticamente nada à volta". "Estão nuns prédios perto de um descampado." Pela primeira vez, a jovem de 24 anos assistia a este tipo de arte sem estar "tapada por algo". "Normalmente, em Lisboa, tinham carros, pessoas, árvores [à frente] e nunca conseguia ver a arte por si só", explica.

Formada em Audiovisual e Multimédia pela Escola Superior de Comunicação Social, Margarida é agora user experience designer. As habilidades de edição fotográfica foram uma vantagem para começar a dar corpo e sentido à iniciativa. A criadora transforma tudo o que a lente da câmara capta em retratos publicados no Instagram, que "misturam a arte urbana e o surrealismo". Margarida quer "isolar [os murais] do ruído, para que a essência da arte em si fale mais alto e possa ser admirada como tal".

Todas as criações da designer estão identificadas com a hashtag #muralidades, oriunda das "idiossincrasias de cada mural" — mas a popularidade da iniciativa faz com que outras pessoas comecem a utilizar a etiqueta para "apenas retratar a arte urbana". O hobby apareceu sem quaisquer planos, mas cada vez mais ganha a dimensão de um projecto a longo prazo. A designer começou por investigar mais sobre a arte urbana na Internet e pelas ruas de Lisboa, mas agora já percorre Portugal. Já esteve em Aveiro para admirar este tipo de arte e também visitou festivais como o ESTAU, em Estarreja, e o Walk&Talk, na ilha de São Miguel, Açores. "É uma maneira de explorar o país e conseguir isolar a arte urbana da confusão que Portugual se está a tornar."

Para “que as pessoas entendam que existem bons artistas [urbanos], Margarida identifica-os sempre nas publicações que faz e revela preferência pela “destruição bonita das paredes” de Vhils e Bordalo II.

@magtanny
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