Jorge Brandão apostou no online para criar a Cabeceiras.pt
Na Cabeceiras.pt é possível personalizar o mobiliário, ajustando as cores, texturas e tamanhos consoante a preferência pessoal.
Viviam-se tempos de crise na arquitectura quando Jorge Brandão, agora com 37 anos, decidiu abandonar o emprego. Desafiado por um amigo, proprietário de uma fábrica de estofos, em Paços de Ferreira, para o ajudar a vender “duas ou três cabeceiras de cama” na Internet, descobriu que também podia criar a sua própria empresa. Em 2013, nasce a Cabeceiras.pt, uma loja online especializada na produção de mobiliário personalizado.
No início, Jorge Brandão precisou apenas de 350 euros para registar o nome da marca e geria todas as tarefas sozinho – produtos, encomendas e marketing. Tudo online. Hoje, conta com cerca de 20 colaboradores e o seu objectivo é continuar a criar emprego. Depois da Internet abriu lojas físicas, a primeira é a da fábrica, em Paços de Ferreira, depois veio a loja em Lisboa, Madrid e, há uma semana, a de Sintra.
Para marcar a abertura da última loja, a marca convidou sete influencers e bloggers, mas também duas arquitectas para um desafio: criar uma peça de mobiliário. Sara Esteves Cardoso, Rita Ferro Alvim e The Master Bedroom foram alguns dos nomes escolhidos. “Sentimos que os produtos que vendemos são bonitos, mas podíamos acrescentar algo. Pode ser muito interessante para as pessoas terem uma peça que foi desenhada por um arquitecto ou um instagrammer que seguem”, justifica Jorge Brandão ao PÚBLICO.
Os “embaixadores” estiveram envolvidos em todo o processo de criação das peças, do desenho ao produto final, mesmo aqueles que não sabiam desenhar. A responsável de comunicação da Cabeceiras.pt, Cristina Leonor, revela que o objectivo é que esta seja a primeira criação de uma linha de colecção que eles podem dirigir, ou seja, no futuro serão produzidas outras peças desenhadas por estas personalidades.
O processo de criação do sofá da arquitecta Carina Baptista
E é isso que espera a arquitecta Carina Baptista, autora de um sofá com várias combinações. “Não vamos ficar por uma peça, vamos desenvolver várias”, reforça. A criadora admite que a iniciativa da empresa foi um desafio e que “nunca tinha desenhado mobiliário”. Ainda assim, Carina Baptista mostrou-se satisfeita com todo o processo de criação, no qual “não existiram entraves no que toca à parte criativa”, assegura.
Apesar do nome que deu origem ao negócio ter-se mantido, a marca oferece mais do que cabeceiras e tem vindo a adaptar-se às necessidades dos consumidores. No seu catálogo também inclui camas, sommiers, colchões, cadeirões e até lençóis. O cliente tem a possibilidade de personalizar cada móvel a seu gosto escolhendo a textura, cor e tamanho. “Produzimos por medida e tentamos ter um preço acessível”, informa o empresário. Por exemplo, uma cabeceira pode custar entre 119 e 329 euros.
Depois de Madrid, “nos próximos 12 meses” poderá haver nova loja em Paris. Afinal, a internacionalização é também um dos objectivos de Jorge Brandão que afirma que todo o lucro é para reinvestir. “O importante é continuar a crescer”, conclui.
Texto editado por Bárbara Wong