Portugal registou 117 mortes por afogamento no ano passado, em 2017 foi pior

Houve mais mortes fora da época balnear do que entre Maio e Setembro.

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Nuno Ferreira Santos

Portugal registou 117 mortes por afogamento em 2018, menos 4,1% do que no ano anterior, de acordo com um relatório divulgado pela Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (Fepons).

Segundo esses dados, a maioria dos acidentes ocorreu em pessoas com mais de 40 anos e afogaram-se mais homens que mulheres: 88 e 28, respectivamente. Abril foi o mês em que se registaram mais mortes, 16 (13,7%), seguido de Setembro e Outubro, com 15 (12,8% cada), sendo a tarde o período do dia com mais registos, 42,7%, e a terça-feira o dia em que ocorreram mais mortes (18,8%).

Os registos de mortes nos meses da época balnear, entre Maio e Setembro, são inferiores (44,4%) ao dos meses fora da época balnear (55,6%). Nos meses de Junho a Setembro registaram-se 45 mortes por afogamento -  o que, comparando com os dados de 2017, 51 mortos, indica uma descida de 11,8%.

O mar é onde mais pessoas continuam a morrer, com 43 registos (36,8%), seguido dos rios, com 35 (29,9%) e barragens, 12 (10,3%). Em 2018 registaram-se, igualmente, oito mortes (6,8%) em poços e seis em piscinas domésticas (5,1%). Em relação à distribuição geográfica, a maioria das mortes ocorreu no distrito do Porto, com 18 mortes (15,4%), Lisboa com 14 (12%) e Setúbal com 12 (10,3%).

De acordo com o relatório, a maior parte das mortes aconteceu quando as pessoas estavam a tomar banho, 19 casos (16,2%), e em actividades ligadas à pesca com cana, 12 (17,1%). A maioria das mortes (71 casos) não foi presenciada por ninguém, tendo 46 tido a presença de alguém no momento, enquanto 27 casos foram alvo de tentativa de salvamento e em 90 deles não houve qualquer tentativa.

O relatório foi elaborado com dados estatísticos obtidos pelo Observatório do Afogamento, criado pela Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, após recomendações da Organização Mundial de Saúde e da Internacional Lifesaving Federation, que catalogaram o afogamento como um problema de saúde pública.

A Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores lança agora a segunda fase da campanha de prevenção "SOS Afogamento" para escolas de natação, iniciativa que em difunde trimestralmente conselhos de segurança com base estatística do Observatório do Afogamento.

Esta fase promove a segurança aquática nas escolas de natação portuguesas, através de um processo de certificação da Fepons, aumentando a prevenção do afogamento em Portugal e tornando as escolas de natação mais atractivas.

A campanha de prevenção tem o apoio da Internacional Lifesaving Federation Europe, da Federación Latinoamericana de Salvamento y Socorrismo e da Fundação Vodafone Portugal.