O autor e cronista francês Yann Moix confessou numa entrevista à Marie Claire francesa, para promover o seu último livro, que as mulheres com mais de 50 anos são “muito velhas” para amar e “invisíveis” para ele e as críticas não se fizeram esperar.
Yann Moix, que tem 50 anos, disse à revista que é “incapaz” de amar uma mulher da sua idade e prefere namorar mulheres mais jovens, especialmente as de origem asiática – coreanas, chinesas e japonesas.
“Eu prefiro corpos de mulheres mais jovens, isso é tudo. Ponto. O corpo de uma mulher de 25 anos é extraordinário. O corpo de uma mulher de 50 anos não é”, declarou, acrescentando que “talvez seja triste e redutor” para as mulheres com quem sai, mas o “tipo asiático é suficientemente rico, grande e infinito para que não tenha vergonha”.
Os comentários de Moix atraíram a indignação global, particularmente nas redes sociais. Por exemplo, a jornalista e escritora de 52 anos Colombe Schneck publicou uma fotografia, que entretanto foi apagada da sua conta de Instagram, onde mostrava o seu rabo e com a mensagem: “Voilá, as nádegas de uma mulher de 52 anos... você [Yann Moix] não sabe o que está a perder.”
Laura Halley, da secção política da embaixada britânica em Paris, desejou no Twitter um bom ano aos machistas. Outros publicaram imagens de estrelas de cinema de 50 anos, como Halle Berry, Jennifer Aniston ou Monica Bellucci, para contestar o argumento de que as mulheres mais velhas não são atraentes.
A ex-primeira-dama e jornalista Valérie Trierweiler dedicou a capa de uma edição do jornal satírico Charlie Hebdo – que sofreu um ataque terrorista há precisamente quatro anos – ao escritor que tem ganho vários prémios pelo seu trabalho.
Respondendo às críticas, nesta segunda-feira, o autor e realizador disse à RTL que não podia evitar gostar de mulheres mais jovens. “Eu gosto de quem eu gosto e não preciso responder ao tribunal do gosto”, disse Moix à rádio. “As mulheres de 50 anos também não me vêem. Elas têm mais que fazer do que lidar com um neurótico que escreve e lê o dia todo. Não é fácil estar comigo”, acrescentou o cronista que noutras circunstâncias já confessou ter sido vítima de maus tratos em criança pelos pais.