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De Juice fez-se Little Juice: na China, clonam-se cães por 50 mil euros
Este é o rafeiro Juice, estrela de cinema de nove anos. Ao lado dele está o cachorro de dois meses Little Juice, o seu clone. "Descobrimos que mais e mais tutores querem que os seus animais de companhia os acompanhem por ainda mais tempo." E, por 50 mil euros, podem consegui-lo. Di-lo Mi Jidong, presidente executivo da Sinogene, a primeira empresa chinesa que oferece serviços comercais de clonagem de cães.
O treinador de cães e dono de Juice — ou Guozhi, em mandarim — queria que "o seu legado continuasse", dentro e fora da televisão. He Jun, que adoptou o cão de pequeno porte para o tirar da rua, acredita que Little Juice "pode vir a ser ainda melhor" do que o cão original, que não pode ter filhos porque foi esterilizado.
A empresa de biotecnologia a que recorreu usou amostras de pele recolhidas do abdómen inferior de Juice para conseguir isolar o ADN e usá-lo para fertilizar um óvulo, semanas depois. A célula foi depois inserida no útero de uma cadela beagle, a barriga de aluguer. O cachorro nasceu em Setembro, ficou junto da "mãe" durante um mês e depois foi entregue ao dono.
O negócio de clonagem da Sinogene ainda "está na fase inicial". A Reuters escreve que a indústria de biotecnologia chinesa está a crescer rapidamente e que, comparando com empresas ocidentais, enfrentam poucas regulações. Ainda no início do ano, relembra a agência de notícias, um laboratório em Xangai produziu os primeiros clones de macacos. E também se soube que a cantora e actriz Barbra Streisand mandou clonar a cadela Samantha duas vezes. Já em Novembro o cientista chinês He Jiankui tornou-se mundialmente conhecido ao anunciar ter sido o primeiro a editar o genoma de pelo menos duas bebés. Por agora, em Pequim, Juice continua a treinar para os filmes que protagoniza. E quando se reformar já tem um substituto — que podia ser seu duplo.