Halsey foi uma das várias figuras convidadas para cantar na passerelle da Victoria's Secret, em Nova Iorque, no início de Novembro. O desfile foi para o ar este domingo e a cantora norte-americana distanciou-se da marca de lingerie devido aos comentários feitos em relação às pessoas trans.
No dia em que os anjos desfilaram, a Vogue publicou uma entrevista ao director de marketing da Victoria's Secret, Ed Razek, na qual este defendia que a marca não tinha necessariamente de ter pessoas trans no desfile. “Bem, porque não? Porque o desfile é uma fantasia. É um especial de entretenimento de 42 minutos”, justificou. “Nós comercializamos para as pessoas a quem vendemos e não comercializamos para o mundo inteiro”, defendeu, mencionando que a marca tinha tentado fazer um especial de modelos plus-size em 2000 e que “ninguém tinha interesse”.
Os comentários não foram bem recebidos e a marca partilhou pouco depois um pedido de desculpa escrito por Razek na primeira pessoa. O director de marketing acabou mesmo por desmentir aquilo que tinha defendido. “Para clarificar, sem dúvida que contrataríamos uma modelo trans para o desfile. Tivemos modelos trans a fazer o casting... E como muitas outras não passaram à fase seguinte”, escreveu.
Sem dizer nomes — mencionando apenas “comentários que foram feitos” depois das gravações —, Halsey abordou este tema, no domingo. “Como membro da comunidade LGBTQ+, não tenho tolerância por falta de inclusividade, especialmente quando é motivada por estereótipos”, atira a cantora, que se assume como bissexual. A artista incentivou ainda os seus seguidores a desviarem a atenção do desfile para GLSEN, uma organização que trabalha com a juventude LGBTQ.
A cantora começou por afirmar que adorava o desfile da marca de lingerie desde pequena e que actuar este ano ao lado de outros artistas — como Shawn Mendes e The Chainsmokers —, modelos e amigos era suposto ter sido “a melhor noite” do seu ano. “A completa e total aceitação é a única 'fantasia' que apoio”, acaba por declarar.