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Em 1963, Kennedy poupou um peru e isso tornou-se tradição de Acção de Graças
À quarta quinta-feira do mês de Novembro celebra-se todos os anos o Dia de Acção de Graças (Thanksgiving), uma tradição sobretudo norte-americana — assinala-se também noutros países, como o Canadá, mas a maioria dos portugueses não dá importância à data. No feriado norte-americano, que este ano calha no dia 22, as famílias juntam-se em torno da mesa para agradecer as bênçãos do ano que passou e aproveitam as refeições em que o peru é o prato principal. Segundo uma estimativa apresentada pela CNN, só no Dia de Acção de Graças são comidos todos os anos 50 milhões de perus nos Estados Unidos.
O que nos leva a outra tradição bizarra na Casa Branca: há mais de 25 anos que os Presidentes norte-americanos concedem o seu “perdão presidencial” a um peru, salvando-os de serem comidos. O primeiro Presidente a fazê-lo terá sido Abraham Lincoln, depois de o seu filho se ter afeiçoado a um peru e lhe ter pedido que não o matassem para ser refeição de Natal.
Já a tradição associada ao Dia de Acção de Graças só começaria com o Presidente John F. Kennedy, em 1963, diz o Washington Post; desde 1947 que se tinha tornado habitual oferecer perus aos presidentes na altura da Acção de Graças. A 19 de Novembro de 1963, três dias antes de ser assassinado, o Presidente Kennedy recebeu um peru com 24 quilos e com uma placa ao pescoço que dizia “Boas refeições, Senhor Presidente” — mas decidiu “deixá-lo crescer”, ainda que nunca tivesse falado em perdão presidencial. A tradição viria a ser oficializada por George H. W. Bush em 1989.
Este ano, na terça-feira, Donald Trump perdoou dois perus: o “Peas” (“Ervilhas”) e o suplente “Carrots” (“Cenouras”). A Casa Branca fez até uma sondagem no Twitter a perguntar qual dos perus deveria ser perdoado, mas acabariam por seguir os dois para o abrigo Gobblers Rest (pertencente à universidade Virginia Tech), onde passarão o resto das suas vidas. C.C.S.