Ainda te lembras quando a palavra do ano era um emoji? A de 2018 é, digamos assim, tóxica

A Oxford Dictionaries escolheu a palavra ‘’toxic’’ para palavra do ano. O vocábulo expandiu o seu alcance em 2018, sendo usada principalmente para acompanhar outras palavras.

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Adam Gault

Em 2015, a Oxford Dictionaries escolhia para palavra do ano um emoji que chora a rir, mas este ano o caso muda de figura. 2018 é tóxico, ou pelo menos é assim que o define a empresa que elegeu ‘'toxic” como a palavra internacional do ano. 

A palavra Oxford do ano é sempre um vocábulo ou expressão que é escolhida por reflectir os hábitos, costumes, humor ou preocupações do ano em questão e que tem potencial para permanecer como termo duradouro com significado cultural.

A Oxford Dictionaries explica que houve um grande aumento no interesse e na procura pela palavra no site dos dicionários durante este ano. A escolha da palavra não passou, porém, apenas por razões estatísticas, mas também pela grande variedade de contextos em que foi usada: de conversas sobre venenos tóxicos a reclamações sobre discursos políticos venenosos e até ao #MeToo, por causa da expressão “masculinidade tóxica” usada pelo movimento. 

Toxic” foi também usada em assuntos que ganharam grande atenção mediática, como o caso do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal no Reino Unido ou das acusações de tentativa de violação de que Brett Kavanaugh, agora juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América, foi alvo.

Em 2018, “toxic" ganhou novos significados, principalmente acompanhada de outros vocábulos, tornando-se o adjectivo perfeito para comentar para os tópicos mais falados do ano. Do top 10 de palavras que mais frequentemente acompanharam ''toxic'’ durante este ano constam vocábulos como “chemical”, “masculinity”, “environment”, “relationship”, “culture”,"waste”, “algae” e, por fim, “air”. 

A palavra tóxico provém do latim toxicum e foi usada pela pela primeira vez em inglês em meados do século XVII para significar algo “envenenado” ou “imbuído de veneno”. 

Na corrida para palavra do ano estavam também vocábulos como “incel”, um homem involuntariamente celibatário que tem opiniões hostis em relação às mulheres, “gaslighting”, uma forma de manipulação psicológica que faz a vítima duvidar da sua própria sanidade mental, “overtourism”, a presença de demasiados turistas numa determinada cidade ou país, e “cakeism”, a doutrina de “manter um bolo e comê-lo também (da expressão inglesa “you can't have your cake and eat it"), a propósito das negociações do “Brexit”.

Em 2017, a Oxford Dictionaries escolheu como palavra do ano “Youthquake”, expressão que traduz uma mudança social, cultural ou política significativa consequente das acções ou influência das gerações mais jovens.

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