App para meditar tem mais de 30 milhões de utilizadores

Megan Jones Bell defende a ideia de que todos devem ter acesso à meditação, como forma de proteger a saúde mental e fortalecer a resiliência.

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Ksenia Makagonova/Unsplash

Mais de 30 milhões de pessoas usam a Headspace, uma aplicação móvel para meditar, que tem como objectivo pôr a tecnologia ao serviço da saúde mental, baseando-se em validação científica e em estudos clínicos desenvolvidos por centros académicos.

Megan Jones Bell, responsável da Headspace, esteve nesta quinta-feira, numa conferência na cimeira Web Summit, em Lisboa, a promover a ideia de que todos devem ter acesso à meditação, como forma de proteger a saúde mental e fortalecer a resiliência. “A ideia é promover a saúde mental antes de ela se tornar um problema”, afirmou Bell, indicando que estão a trabalhar nos EUA e também no Reino Unido para integrar a meditação nos cuidados de saúde.

“Tentamos, trabalhando com vários profissionais de saúde, encontrar formas de integrar a meditação e promovê-la em doentes com depressão ou mesmo em doentes oncológicos”, afirmou a responsável, que já se submeteu a validação científica por parte da FDA, o regulador norte-americano. Aliás, para Bell, a validação científica contínua é essencial numa aplicação que pretende ter influência na saúde das pessoas.

A Headspace tem em curso mais de 60 estudos clínicos a ser desenvolvidos por centros académicos para avaliar o impacto da própria aplicação, o que pode "ajudar a maximizar o seu impacto".

A aplicação pretende ajudar qualquer pessoa a meditar, lembrando a empresa que há milhares de estudos que já mostraram que a meditação pode ter impacto positivo na saúde física e mental, reduzindo o stress, aumentando a concentração e promovendo boas noites de sono.

Um estudo promovido pela própria empresa que detém a aplicação terá mostrado que a utilização da Headspace por dez dias consegue reduzir o stress em 14%, além de reduzir a irritabilidade em mais de 25%.

Segundo a própria aplicação disponível em telemóveis e outros dispositivos, a meditação não pretende transformar uma pessoa: “A meditação não é tornar-se uma pessoa diferente, uma nova pessoa, nem sequer uma pessoa melhor. Trata-se de treinar em consciência e ter uma perspectiva saudável. Não se tenta desligar os pensamentos ou as emoções. Aprende-se a observá-los sem julgamento. E eventualmente pode-se compreendê-los também melhor.”

A aplicação, que nasceu há meia dúzia de anos, pode ser experimentada de forma gratuita, na sua versão mais básica, mas requer depois uma subscrição para se continuar com programas mais avançados de meditação e mindfulness.