Libertados os 79 estudantes sequestrados nos Camarões
O sequestro foi reivindicado por um grupo separatista. Os contornos da libertação não foram divulgados.
Os 79 menores sequestrados na segunda-feira numa escola secundária protestante em Bamenda, região anglófona do Noroeste de Camarões, foram libertadas, disse à agência AFP a ministra das Comunicações, Issa Bakary Tchiroma.
"Todos os estudantes foram libertados", disse, mas não deu mais pormenores.
Segundo a escola, os alunos foram deixados num edifício abandonado em Bafut, perto de Bamenda.
Os alunos da Escola Secundária Presbiteriana de Bamenda foram sequestrados juntamente com três membros da direção - estes não foram ainda encontrados. Foi a primeira vez que um sequestro desta dimensão ocorreu nos Camarões.
A libertação dos 79 alunos ocorre um dia depois de o Presidente Paul Biya, de 85 anos, ter sido empossado em Yaoundé; foi reeleito no dia 7 de Outubro para um sétimo mandato consecutivo.
Um vídeo divulgado na terça-feira atribuía a responsabilidade do sequestro ao grupo separatista pela independência do Estado de Ambazonia, os "Amba Boys" (Rapazes de Amba).
Durante o dia, um comunicado da Comissão de Políticas Internacionais da Ambazonia dizia que o vídeo é falso e que os actos foram cometidos a mando do "regime ditatorial de Paul Biya".
A chamada crise anglófona nos Camarões começou em 2016, com protestos pacíficos para um uso mais igualitário do inglês em tribunas e centros educativos nas regiões anglófonas do Noroeste e Sudoeste.
A forte repressão pelo Governo camaronês levou ao aparecimento de grupos armados, no final de 2017.
No ano passado, centenas de pessoas morreram devido a ataques violentos e confrontos entre as Forças Armadas e as milícias separatistas, com várias instituições - incluindo escolas - a serem invadidas.
Em Setembro, durante o início do período escolar 2018-2019, seis alunas e o director de uma escola foram sequestrados na região anglófona dos Camarões e um outro director foi assassinado.