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Uma microcasa, numa ilha isolada, de uma família que se fartou da tecnologia
Há dois anos, o corpo de Lynton Davidson colapsou. Cedeu às intensas horas de trabalho, às noites mal dormidas e ao ritmo frenético da rotina. Quando recuperou, o inglês percebeu que se voltasse ao mesmo registo, o mais provável era acontecer o mesmo. Por isso, decidiu começar uma nova vida, juntamente com a companheira Li e os filhos. Uma vida afastada de tudo e isolada da tecnologia.
Foram para a ilha escocesa de Jura, onde Orwell escreveu parte de 1984 — irónico, não? Uma ilha com apenas uma estrada, um bar e um médico, com 200 pessoas e 600 veados. Uma ilha onde não há cobertura de rede de telemóvel. A ilha ideal para a mudança de vida que desejavam. Passaram a estar mais tempo ao ar livre, começaram a produzir a própria kombucha e a estudar as plantas da ilha. Em vez de estaram permanentemente conectados à Internet, aproveitavam os dias na natureza.
Depois de viverem durante a maior parte do tempo numa auto-caravana, decidiram criar uma casa pequena, integrando o movimento global tiny houses, que já chegou a Portugal, e que defende a simplicidade das microcasas. A tiny house ideal, além de transportável, deveria ser confortável, ter um escritório e espaço para workshops. A família britânica transmitiu as intenções às construtoras Woonpioneers e Liberté Tinyhouses, que desenvolveram o projecto. Vinda da Holanda, chegou então o novo pequeno lar, alimentado a energia solar e equipado com cozinha, casa de banho e espaço de trabalho. A história da família e da sua microcasa foi agora retratada no documentário Tiny Boundaries, uma produção da KLCK.