Arquitectura

O museu de design chinês que “parece mexer-se” sob a batuta de Siza e Castanheira

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O convite chegou directamente da China Academy of Arts: “uma das características em comum das universidades de topo é que todas elas têm museus de topo”. E uma das mais conceituadas universidades de artes chinesas quer ter “uma série deles”. Um, especificamente, desenhado por um Pritzker português: Álvaro Siza Vieira, em colaboração com Carlos Castanheira

O China Design Museum, o segundo museu dedicado ao design no país, inaugurou-se em Abril de 2018, aquando das celebrações do 90.º aniversário da academia, no campus universitário de Xiangshan, em Hangzhou, a capital da província de Zhejiang. Uma das cinco primeiras exposições foi uma retrospectiva da obra de Siza Vieira, para além da arquitectura.

Antes do projecto assinado pelos dois arquitectos portugueses arrancar, em 2012, aquele era território maioritariamente de um só atelier: o Amateur Architecture, que de amador só tem a ironia (e uma poética metáfora). Marido e mulher, Wang Shu, único Pritzker chinês e director da escola de arquitectura daquela universidade, e Lu Wenyu, também arquitecta, assinam 30 edifícios no campus (2007), “todos muito semelhantes, onde predominam os mesmos materiais”, explica Castanheira ao P3.

Pedia-se, então, um museu que se "distinguisse" na paisagem, para albergar, além de variadas exposições temporárias sobre design contemporâneo, uma colecção de sete mil peças originais da Bauhaus, uma das mais arrojadas escolas de design e arquitectura que, em 2019, faz cem anos. 

O resultado, que já pode ser visto e visitado, é um edifício “não monolítico” — característica comum a outros projectos da dupla — que “parece mexer-se, quando andamos à volta dele”, construído em pedra vermelha, importada da Índia, com apontamentos de mármore branco.

Os dois edifícios, que se estendem por 16 mil metros quadrados — cerca da mesma área do Museu de Serralves, no Porto —, acomodam áreas para exposições temporárias e permanentes, auditórios, escritórios, arquivos, ateliers, onde se pretendem realizar workshops abertos aos estudantes, uma biblioteca, uma loja e jardins no telhado. 

Em 2014, Siza Vieira e Castanheira inauguravam a primeira grande obra da dupla na China, Edifício sobre a Água, os escritórios de uma fábrica de químicos sobre um lago artificial em Huaian, também fotografado por Fernando Guerra e publicado pelo P3. Os dois arquitectos estão, neste momento, a trabalhar noutros projectos também no país asiático: um museu privado e um outro público, em Xangai, cuja construção deverá iniciar-se já em Novembro.

©Fernando Guerra | FG+SG
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