Infarmed: Rui Rio acusa Governo de "leviandade"

Líder do PSD acusa Governo de lançar uma "confusão geral". Fez "uma proposta que não estava estudada e minimamente preparada. Foi um fogacho."

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José Coelho/Lusa

O líder do PSD, Rui Rio, acusou esta segunda-feira o Governo de "leviandade e falta de sentido de responsabilidade" sobre a deslocalização do Infarmed para o Porto.

"Está claro perante a opinião pública que há uma confusão geral e foi uma leviandade completa a forma como tudo foi anunciado. Foi uma leviandade, uma falta de sentido de responsabilidade, porque se lançou uma proposta que não estava estudada e minimamente preparada. Foi um fogacho", disse Rui Rio.

O presidente do PSD, que falava aos jornalistas na sede do partido de Vila Nova de Gaia, onde se reuniu com militantes do distrito do Porto, avançou que o grupo parlamentar social-democrata vai pronunciar-se esta semana sobre este dossier.

"Pelas notícias percebemos que foi uma confusão geral. Andamos para a frente e para trás e, mesmo assim, agora não sei se é para trás totalmente, porque dizem que vai para a comissão para ser analisado. É uma confusão", insistiu Rui Rio.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse na sexta-feira que a decisão de suspender para já a deslocalização do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde de Lisboa para o Porto "é coerente" com o que Governo tem afirmado e foi tomada tendo em conta a vontade dos trabalhadores da instituição.

O presidente da câmara do Porto, o independente Rui Moreira, acusou o Governo de "sucumbir àquilo que é a máquina do Estado" e afirmou que o Infarmed vai continuar “forever and ever” em Lisboa.

“Chega”? Rio não comenta

Rui Rio escusou-se a comentar a criação de movimentos que têm como objectivo substituí-lo na liderança do partido, garantindo que "vai continuar a explicar como pretende ganhar as eleições em 2019".

No sábado, foi tornado público que André Ventura, vereador do PSD em Loures, decidiu lançar o movimento "Chega", para substituir Rio na liderança social-democrata e colocar o partido no "espectro ideológico do centro-direita português".

O líder do PSD explicou que está a começar no Porto uma série de reuniões com as assembleias distritais do PSD, tendo a expectativa de conseguir percorrer as 19 estruturas do continente "até Janeiro".

"É uma forma de falar e de ouvir os militantes e dos militantes ouvirem-me a mim. E é uma forma de explicar o que estamos a fazer e qual a estratégia que temos para ganhar as eleições de 2019", disse o presidente do PSD.

Rui Rio acrescentou que estas reuniões também servirão para "ouvir sugestões dos militantes" e responder a perguntas. "Particularmente perguntas sobre aquilo que muitas vezes sai nas notícias que dizem que eu disse e eu não disse. Sem intermediários consegue-se explicar o que se pretende.”