Munique
Abriu a festa de Outubro em Setembro
A tradição manda que a festa bávara mais popular em todo o mundo, a Oktoberfest, em Munique abra sempre com o mesmo ritual, os mesmos passos: lança-se 12 salvas de fogo de artifício, o presidente da câmara abre o primeiro barril de cerveja à martelada e declara "O' Zapft is!". E se isso era verdade é 1950, quando a festa foi retomada após anos de interrupção devido à II Guerra Mundial, continua a ser verdade em 2018, ano em que a Oktoberfest abriu às 12h deste sábado (menos uma hora em Portugal continental).
Como habitualmente, e tal como as fotografias documentam, foi uma correria quando as portas do recinto se abriram. Homens e mulheres, muitos envergando trajes bávaros tradicionais como as Lederhosen dos homens e os Dirndl das mulheres, todos quiseram assegurar um lugar na tenda Schottenhamel, com capacidade para 9000 pessoas, dentro da qual se abriu o primeiro barril de cerveja, seguido das tais palavras de ordem "O' Zapft is!" – a versão bávara do que em alemão corrente seria "Es ist angezapft", indicando o verbo anzapfen o acto de golpear o barril com martelo de madeira para deixar jorrar o líquido no interior. Como "grito de guerra" na Oktoberfest, "O' Zapft is!" assume um significado semelhante a "que a festa comece".
Até 7 de Outubro, dia em que a festa termina serão consumidos 6,9 milhões de litros de cerveja e 169 mil litros de bebidas não alcoólicas, por 7,2 milhões de visitantes que são esperados, segundo números da organização. Os números da Oktoberfest são impressionantes em todos os ângulos. São quase 104 hectares (ou 142 campos de futebol) de recinto para uma feira/festa que disponibiliza 100 mil lugares sentados, 14 tendas grandes, 20 pequenas, que consumirá energia equivalente à necessária por uma família de quatro pessoas em Munique durante 52 anos e quatro meses, que dispõe de 83 cabines telefónicas e que regista em média 4500 objectos perdidos – de entre os quais 1000 são peças de roupa e 950 são cartões de crédito. Victor Ferreira