Se cortar nos hidratos de carbono, não corte nos vegetais

Estudo norte-americano acompanhou 15 mil adultos ao longo de 25 anos.

Foto
PÚBLICO

Quem corta no consumo de hidratos de carbono pode aumentar o risco de morte prematura se os substituir por carne ou lacticínios, aponta um estudo norte-americano. A sugestão é para que se coma mais verduras e frutos secos, como nozes, refere ainda o mesmo estudo publicado na revista The Lancet Public Health.

Apesar de haver estudos anteriores que associam as dietas pobres em hidratos de carbono à perda de peso, a curto prazo, desconhece-se o efeito a longo prazo. Assim para o estudo actual, os investigadores da Harvard Medical School acompanharam 15 mil adultos, entre os 45 e os 65 anos, ao longo de 25 anos. Neste período, 6283 morreram. 

O que foi observado é que os participantes que consomem 50 a 55% de hidratos de carbono têm menos risco de morte prematura, do que aqueles que ingerem mais ou menos do que estas percentagens. Por exemplo, quem substituiu os hidratos de carbono por proteína ou gorduras derivadas de animais foram associados a maior risco de mortalidade, enquanto esta associação foi revertida quando a energia dos hidratos de carbono foi substituída por proteína ou gordura derivada de plantas, explica Sara Seidelmann, autora do estudo.

"A principal mensagem deste estudo é que não é suficiente concentrar-se apenas no corte dos hidratos de carbono, mas sim em concentrar-se nos tipos de alimentos que os substituem", alerta Seidelmann. É possível que as proteínas à base de plantas ajudem as pessoas a viver mais, reduzindo a inflamação e o chamado stress oxidativo, continua a investigadora. No sentido inverso, as carnes, sobretudo as processadas, podem ter efeitos negativos na saúde, porque causam inflamação e stress oxidativo, acrescenta.