Arquitectura

Este escritório em Palmela nasceu do que sobrou em demolições

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Já alguma vez pensaste numa casa com material proveniente de demolições? Não só é possível como já existe. A sede e escritório da Zircom, empresa de demolições, está hoje localizada num dos antigos Armazéns da Cooperativa de Palmela e, a pedido da empresa, a Alves Arquitectos deu uma nova vida àquilo que parecia tê-la perdido.

Madeira, portas, metais (de escadas e guardas) e muitos outros materiais — tudo reaproveitado e que fazia parte de demolições. Pedro Alves, o arquitecto encarregue da obra, assinalou que, aquando da visita ao local, “a presença daqueles materiais era inevitável”. Mas quiseram fazer mais, dar um futuro a esses mesmos materiais.

A madeira tem marcas de pregos e nem assim deixa de ter qualidade, assim como história, e os tratamentos químicos a que os materiais foram sujeitos pareceram dar-lhes “uma imagem interessante”. “Havia da parte do cliente um desejo de dar um futuro com valor acrescentado àqueles materiais” e, por isso, o arquitecto, que também lhes reconheceu o devido valor, transformou a casa da empresa.

A obra teve por base preocupações ecológicas, daí os materiais empregues. Além disso, o arquitecto usufruiu igualmente de “meios passivos de poupança de energia”, que descreve como meios que não produzem directamente energia mas servem para a poupar. É o caso da cortiça usada para revestir a fachada, criando “um isolamento térmico que permite ao edifício não sofrer oscilações térmicas”. Pensado numa lógica de espaço aberto, ser “um escritório novo, feito de coisas velhas” foi o que norteou a actuação da empresa.

João Marques
João Marques
João Marques
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João Marques.
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