Beja
O A380 chegou vazio mas provocou a maior enchente de sempre
Toda a gente quis ver o maior avião de passageiros do mundo a chegar ao Alentejo. Aterrou sem passageiros, num aeroporto habitualmente vazio, mas arrastou tantos curiosos que as estradas entupiram com filas quilométricas.
O aeroporto de Beja já fará parte do anedotário nacional. Inaugurado em 2011, custou 33 milhões de euros e está a anos-luz das previsões de tráfego que em 2006 se fazia. Nessa altura, o Governo português projectava meio milhão de passageiros até 2015. Os factos são demolidores: entre a abertura e 2014 – três anos – ali passaram 6624 pessoas. Nesta segunda-feira, aterrou em Beja o A380, o maior avião de passageiros do mundo. Chegou vazio. Mas suscitou tal curiosidade que provocou a maior enchente de sempre num aeroporto que, basicamente, serve como parque de estacionamento e local de manutenção de aviões.
"De carro, autocarro, bicicleta, de motorizada e a pé, milhares de pessoas bloquearam literalmente o acesso ao aeroporto de Beja apesar do intenso calor", escreve Carlos Dias, na reportagem sobre este acontecimento.
Foi a primeira vez que um A380, produzido pela Airbus, tocou solo português. Só isso já despertaria a atenção dos amantes da aviação. Mas ninguém estaria à espera de uma mobilização tão grande. Os cerca de dez quilómetros de estrada que separam o aeroporto da cidade de Beja ficaram entupidos. As filas de carros foram intermináveis.
O aparelho pertence à HiFly, uma companhia aérea portuguesa que comprou o A380 à Singapore Airlines. É a primeira transportadora nacional a operar um avião que, na lotação máxima (configurado apenas para classe económica), pode albergar 800 passageiros. O avião ficará em Beja até à próxima quinta-feira. Victor Ferreira