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Enquanto ficámos em casa, Paula foi ver o mundo
Enquanto ficaste em casa, Paula Carvalho passou três meses e meio a viajar. “Tirei uma licença sem vencimento durante quatro meses para viajar pela Ásia”, contou a portuense ao P3. “Escolhi como destinos a Índia, a Birmânia, a Tailândia, o Camboja e o Vietname. Foi a melhor experiência de sempre. Já só quero voltar.”
Paula Carvalho viajou sozinha, o que, inicialmente, a deixou algo “nervosa”. “Toda gente me dava ideias muito más do que me poderia acontecer lá”, contou. “Diziam-me ‘vais ser violada’, ‘vais morrer lá’, o que não ajudou nada quando aterrei noutro país. O meu primeiro dia foi, sem dúvida, assustador.” Apaixonou-se pela Índia, onde realizou trabalho voluntário relacionado com o Taj Mahal. “É outro mundo”, descreveu. Mas não é para toda a gente, salvaguarda. “Só lá estive duas semanas e penso que é de lá que trago mais histórias para contar.”
A Birmânia, “incrível”, foi o país que mais gostou de visitar. “Fiz a viagem de balão de ar quente, em Bagan. Foi mágica. Andei muito de bicicleta e de comboio – mesmo na companhia de ratos e baratas.” A Tailândia, descreve, é “linda”, apesar de excessivamente turística, e compara o Camboja, um “país pobre”, à Índia. O Vietname “foi o mais chegado ao coração”. Em Ho Chi Minh, Paula conheceu uma família local que “a adoptou”. “Foi acabar esta viagem em êxtase”, garantiu, prometendo voltar ainda em 2018 para ensinar inglês.
“As pessoas diziam-me que uma viagem destas seria capaz de mudar-me, mas eu não entendia muito bem como. ‘É só uma viagem’, pensava. Mas, sim, mudou-me. Mudou a minha noção de conforto, de necessidade.” Começou a viagem na companhia de uma mascote, o Sponge Bob Square Pants — que inspirou o nome da sua conta de Instagram, @traveling_with_squarepants —, “para não ir sozinha”. Mas perdeu-a na Birmânia. “Na realidade, nenhum viajante está sozinho”, explicou. "Há tantas pessoas a fazer o mesmo que tu que acabas por fazer companheiros de viagem em todos os destinos.”
O blogue While You Stay Home é resultado da longa viagem e serve “para motivar as pessoas a descobrir o que este mundo tem guardado para elas e que podem viver”. “Basta querer.”