O cerco da sardinha é um jogo de paciência com resultados imprevisíveis

Nelson Garrido
Fotogaleria
Nelson Garrido

É ao final da noite que as traineiras partem de Leixões para o mar. Em semana de São João, o Camacinhos saiu às 23h para de madrugada tentar apanhar os cardumes de sardinhas desprevenidos. É a melhor altura. É quando a sardinha “trabalha”. Nos comandos, Francisco e Ricardo Pereira, pai e filho, terceira e quarta geração de homens do mar, decidem qual a melhor direcção a seguir. Naquela madrugada, seguiram para sul. Seguem com mais vinte homens, preparados para o soar da campainha. Quando se ouve, é sinal de que se pode ter chegado ao sítio certo. Nunca se tem a certeza. Até lá chegar são horas que passam. É destino que não é certo. Não se sabe onde a sardinha decidiu agrupar-se. Segue-se o instinto e a rasto de mais cerca de vinte embarcações que andam ao mesmo.

É aproximadamente a 10 milhas da costa, entre Ovar e a Torreira, que se aposta tudo. É ali que se vai lançar rede, às duas da manhã, mais cedo do que noutros dias. Duas dezenas de homens lutam contra o mar. Recolhe-se a rede e aperta-se o cerco. As esperanças estão todas depositadas naquela manobra. Há peixe e do bom. É aposta ganha. Mais um par de horas depois e os 166 cabazes permitidos enchem-se na totalidade. Neste dia, chega-se à doca mais cedo do que o costume. Às sete da manhã. É uma jornada que naquele momento fica suspensa, mas que terá continuidade. No dia seguinte volta-se ao mar atrás da sardinha que não se sabe onde andará.

Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido
Nelson Garrido