Viver mais tempo e não ganhar peso é com uma dieta vegetariana, dizem estudos

A carne pode ser consumida se for de boa qualidade, aponta uma das investigações apresentadas no encontro da Sociedade Americana de Nutrição.

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Harshal S. Hirve/Unsplash

A substituição do consumo de carne e de produtos processados por uma dieta baseada em vegetais de alta qualidade poderá reduzir a mortalidade, evitar o ganho de peso e o risco de doenças cardíacas, sugerem diversos estudos apresentados no Nutrition, um encontro da Sociedade Americana de Nutrição, em Boston, no fim-de-semana.

Um estudo feito na Holanda, na universidade Erasmus de Roterdão, com cerca de 6000 adultos mostra que os que substituíram o consumo de proteína animal por vegetal apresentaram um risco reduzido de desenvolvimento de doença coronária. Por outro lado, o consumo de mais proteína animal faz aumentar o risco de doenças do coração. As pessoas foram observadas durante 13 anos.

Uma outra pesquisa, também apresentada no mesmo evento, feita na Universidade de São Paulo, Brasil, demonstra que 4500 adultos que consumiram mais proteína vegetal, reduziram a sua probabilidade de obstrução das artérias em 60%, quando comparados com os que consumiam proteína animal.

Por sua vez, um outro estudo feito na Universidade George Washington, nos EUA, que incidiu sobre os hábitos alimentares dos norte-americanos de origem sul-asiática e que seguem uma dieta vegetariana, revela que estes correm menos riscos de ter doenças cardíacas e diabetes. Além disso, têm menor índice de massa corporal, de circunferência abdominal, de quantidade de gordura abdominal, de colesterol e de açúcar no sangue em comparação com pessoas do mesmo grupo demográfico que comiam carne. 

Ainda nesta conferência foi apresentada uma análise de dados, feita em Harvard, sobre o peso de mais de 125 mil adultos, ao longo de quatro anos, e que mostra que as dietas ricas em alimentos vegetais de alta qualidade (como grãos integrais, frutas, verduras e nozes) estão associadas a menor ganho de peso, enquanto um maior consumo de alimentos vegetais não saudáveis (como doces, grãos refinados e batatas fritas) estão associados a um ganho de peso significativamente superior.

Aliás, o que se pode concluir, através de um outro estudo da Universidade de Tufts, é que uma dieta saudável também pode reduzir a mortalidade. No estudo foram acompanhados cerca de 30.000 adultos de diferentes idades, níveis de actividade e rendimentos diferentes e a conclusão a que se chega é que mesmo os que comem carne, se esta for de alta qualidade, não tem efeito sobre as taxas de mortalidade.

Portanto pode ser "perigoso" eliminar totalmente a carne, alerta a investigadora Fang Fang Zhang, da Tufts, em Massachusetts. Entre os participantes mais pontuados, logo, mais saudáveis, o consumo combinado de alimentos vegetais e animais de alta qualidade reduziu em 30% o risco de mortalidade por todas as causas. "Não podemos dizer que uma dieta só baseada em vegetais é saudável", sublinha, citada pela Newsweek

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