Meia hora de exercício quatro a cinco vezes por semana: é esta a dose mínima de exercício para manter a juventude das artérias ao longo da vida, de acordo com um estudo conduzido por investigadores da Universidade do Texas. Este centrou-se na rigidez arterial, um dos principais factores que contribui para o aumento da pressão arterial e, consequentemente para a ocorrência de complicações cardiovasculares, como um enfarte cardíaco ou um acidente vascular cerebral.
Os investigadores dividiram os 102 participantes em quatro grupos, em função da regularidade do exercício físico nos últimos 25 anos ou mais: sedentários (duas ou menos sessões por semana); ocasionais (duas a três sessões); empenhados (quatro a cinco sessões) e atletas (seis a sete sessões).
O estudo partia já do pressuposto que um treino de resistência quase diário – ou seja, a nível de atleta – e consistente previne a rigidez nas paredes arteriais. O objectivo dos investigadores, então, era examinar se uma dose mais prática para o quotidiano da maioria das pessoas – e consistente com as recomendações típicas de actividade física – teria efeitos semelhantes. Os resultados indicam que sim: no caso das artérias maiores, a prática consistente de exercício quatro a cinco vezes por semana é suficiente para obter resultados equiparáveis.
Para manter a saúde das artérias de média dimensão (como a carótida), avança ainda o estudo, basta a prática de exercício ocasional, e, no caso das artérias mais pequenas, qualquer dose é suficiente.
O estudo revela que as pessoas mais velhas, que praticaram exercício físico ao longo dos anos, mais de três vezes por semana, têm vasos sanguíneos com uma "idade biológica" significativamente menor quando comparadas com idosos sedentários. Traduzido por números: os "empenhados" e os "atletas" chegavam a ter menos dez e 25 anos, respectivamente, em relação aos sedentários.
A consistência ao longo dos anos é um factor determinante, sendo que todos os participantes envolvidos no estudo praticavam um certo nível de actividade física há pelo menos 25 anos. "É preciso treinar a vida inteira. O exercício físico tem de fazer parte da higiene pessoal", garante um dos investigadores, Benjamin Levine, ao El País.
Os investigadores indicam algumas das limitações do estudo, nomeadamente o facto de que não foram tidos em conta factores como a dieta dos participantes, o seu nível de actividade além do exercício físico, o contexto social, nível de educação e situação económica.