Irlanda

Referendo ao aborto com grande participação. Milhares regressaram ao país de propósito

"Sim" ou "não"? Na Irlanda referenda-se, ao longo desta sexta-feira, a legalização da interrupção voluntária da gravidez.

Lorraine Curtin com o filho Cillian Curtin, de cinco meses, e Petrina Conmee voaram para Dublin a partir de Portugal, especificamente para participarem no referendo Reuters/CLODAGH KILCOYNE
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Lorraine Curtin com o filho Cillian Curtin, de cinco meses, e Petrina Conmee voaram para Dublin a partir de Portugal, especificamente para participarem no referendo Reuters/CLODAGH KILCOYNE

A Irlanda continua a figurar no topo da lista dos países que possuem as leis mais restritivas da União Europeia no que toca ao aborto, acompanhada por Polónia, Malta e Chipre. Isso pode mudar nesta sexta-feira, dia em que os irlandeses são chamados a votar num referendo nacional sobre a substituição da 8.ª emenda à Constituição que, actualmente, reconhece o “direito à vida do nascituro e, com igual salvaguarda do direito à vida da progenitora”.

São 3,2 milhões de votantes, milhares a chegarem ao país vindos de outros países, de propósito para participarem neste referendo cuja capacidade de mobilização está a ser salientada por diversos órgãos de comunicação irlandeses e estrangeiros.

A participação eleitoral em algumas zonas de Dublin era de 40% às 16h30, escreve o Irish Times. Noutras zonas da Irlanda, cerca de 30% dos eleitores tinham ido às urnas, que fecham às 22h (mesma hora em Portugal continental). Antes do referendo, mais de 100 mil eleitores novos foram registados. A meio da tarde, a participação era superior ao dos últimos actos eleitorais (eleições gerais e referendo ao casamento gay), noticia a BBC. 

O que está em discussão é a aprovação de legislação que permita o aborto até às 12 semanas de gravidez. Se ganhar o “sim” o aborto será legal para além das 12 semanas, mas apenas em caso de violação, incesto ou malformações fatais do feto.

O Executivo irlandês prometeu que no caso da vitória do "sim", a 8.ª emenda da constituição, que garante o direito à vida do nascituro, seria substituída por outra frase: “Diligências para a regulação da interrupção voluntária da gravidez poderão ser feitas por lei.”

Duas freiras preparam-se para votar sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez
Duas freiras preparam-se para votar sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez Reuters/STAFF
Uma freira coloca o seu voto na urna
Uma freira coloca o seu voto na urna Reuters/STAFF
Um padre a sair de um dos locais de voto
Um padre a sair de um dos locais de voto Reuters/CLODAGH KILCOYNE
Um mural em Dublin, a apelar ao voto no "sim"
Um mural em Dublin, a apelar ao voto no "sim" LUSA/AIDAN CRAWLEY
Um homem segura um cartaz onde apela ao voto no "sim"
Um homem segura um cartaz onde apela ao voto no "sim" Reuters/MAX ROSSI
Pins e t-shirt de uma campanha a favor do sim
Pins e t-shirt de uma campanha a favor do sim Reuters/MAX ROSSI
O "não" também apela ao voto: "É demasiado extremo", lê-se na faixa
O "não" também apela ao voto: "É demasiado extremo", lê-se na faixa Reuters/MAX ROSSI
Um dos placards assinala o local de voto; os outros dois referem-se às campanhas a favor do "sim" e do "não"
Um dos placards assinala o local de voto; os outros dois referem-se às campanhas a favor do "sim" e do "não" LUSA/AIDAN CRAWLEY
Uma mulher carrega o seu filho bebé enquanto se prepara para votar
Uma mulher carrega o seu filho bebé enquanto se prepara para votar Reuters/MAX ROSSI
Um mulher grávida chega ao local de voto
Um mulher grávida chega ao local de voto Reuters/MAX ROSSI
Outra mulher, desta vez com o filho ao colo, prepara-se para votar
Outra mulher, desta vez com o filho ao colo, prepara-se para votar Reuters/MAX ROSSI
"Licença para matar" num dos cartazes; "sim", nos outros
"Licença para matar" num dos cartazes; "sim", nos outros Reuters/CLODAGH KILCOYNE
Um local de voto e uma bandeira irlandesa ao fundo
Um local de voto e uma bandeira irlandesa ao fundo LUSA/AIDAN CRAWLEY
Uma mulher e a filha, a entrar num local de voto
Uma mulher e a filha, a entrar num local de voto LUSA/AIDAN CRAWLEY