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O mar português por uma lente italiana

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Fazer do mar vida: este podia ser o lema de Alessandro Puccinelli. Natural de Itália, surfista e fotógrafo profissional, encontrou no mar português o caos que procurava. “Aprendi a fazer surf em Itália, nos anos 80, e desde aí comecei a criar uma ligação com o mar”, refere Alessandro ao P3. E mais tarde apostou numa carreira fotográfica. Foi para a Austrália, trabalhar como assistente fotográfico e decidiu que a única forma de diferenciar o seu dos outros trabalhos era “combinar as paixões que tinha: o mar e a fotografia”. “Só que o mar bravo não existe em Itália.” E quando o descobriu em Portugal, por volta de 2005, não o quis largar.

 

“A partir daí decidi mudar de vida e passar, pelo menos, 50% do meu tempo em Portugal”, refere. Desde então já viveu em Lisboa e chegou mesmo a comprar uma autocaravana para “passar o inverno ao pé do mar, na Costa Vicentina ou, às vezes, na Nazaré” — tudo para registar o alvoroço das ondas e das tempestades marítimas.

 

Confesso apaixonado pelo mar e pelas ondas bravas, Alessandro diz encontrar no Inverno as condições necessárias para desenvolver os seus projectos pessoais — projectos esses que “são todos work in progress”, uma vez que “normalmente são precisos dois ou três invernos” para os conseguir acabar.