A britânica Alys Tomlinson conquistou o título de Fotógrafa do Ano da 11.ª edição dos Sony World Photography Awards com a série Ex-Voto. O conjunto de imagens, obtidas com recurso a uma câmara analógica de grande formato (5x4), descreve as expressões de esperança e gratidão dos peregrinos cristãos que visitam locais de culto na Europa, nomeadamente em Lurdes (França), Ballyvourney (Irlanda) e Grabarka (Polónia). Nas imagens, realizadas entre 2016 e 2017 e que ilustram a devoção dos fiéis, estão patentes "uma nota manuscrita dobrada cuidadosamente e escondida na ranhura de uma rocha, cruzes gravadas em pedras, laços que gentilmente envolvem conjuntos de ramos de árvores".

Mike Trow, presidente da mesa de júri do concurso, descreve Ex-Voto como uma colecção de imagens "silenciosas, que transparecem calma e espiritualidade" e que desafiam "as vidas frenéticas" dos cidadãos europeus. "Há algo de meditativo e humano nas fotografias de Alys", escreveu em comunicado. "A ideia de peregrinação enquanto jornada de descoberta e sacrifício em prol de uma força maior foi ilustrada de forma tão delicada por Alys que rapidamente se tornou a nossa escolha para prémio do ano." Recentemente, a britânica de 43 anos terminou, com distinção, um mestrado em Antropologia das Migrações, Turismo e Peregrinações, na Universidade de Londres. É, para a organização do concurso, uma artista consagrada no meio fotográfico, graças ao fotolivro Following Broadway, que lançou em 2013, dedicado aos cidadãos anónimos que animam a via nova-iorquina.

Edgar Martins foi o primeiro português a vencer um prémio dos Sony World Photography Awards, na categoria de Natureza Morta (Still Life), com um projecto que teve a morte como tema