Mota-Engil, ABB e consórcio da Lucios querem Matadouro do Porto
Júri deverá apresentar até ao final de Abril um relatório preliminar, em que já será possível identificar o vencedor, caso não haja contestação
A Câmara do Porto já divulgou quem são os três concorrentes que vão disputar a reabilitação total e gestão parcial do antigo Matadouro Industrial da cidade – um projecto-âncora para a zona de Campanhã, apresentado há cerca de dois anos. Segundo uma informação colocada na página da internet da autarquia foram aceites a concurso as empresas Mota-Engil, Engenharia e Construção, SA, a Alexandre Barbosa Borges, SA (ABB) e o agrupamento de empresas Alberto Couto Alves, SA e Lúcio da Silva Azevedo & Filhos, SA (Lucios). Os resultados preliminares sobre o vencedor são esperados para o final de Abril.
É para essa data que se espera uma decisão preliminar do júri, apontando já para a proposta mais bem posicionada segundo o modelo de avaliação apresentado. Os concorrentes terão, então, a possibilidade de apresentar pronúncias ou reclamações, seguindo-se a decisão final do júri, confirmando ou não o vencedor aquando do relatório preliminar.
Este terá então a responsabilidade de desenvolver o projecto de reconversão do antigo Matadouro, orçado em cerca de 15 milhões e com um prazo de execução de obra de cerca de dois anos, precedido de sete meses destinados à conclusão do projecto. O vencedor do concurso fica ainda, durante 30 anos, com a exploração de grande parte dos 20.500 metros quadrados do equipamento, ficando apenas 9200 destes metros quadrados sob a gestão da empresa municipal GO Porto.
O programa previsto para o Matadouro prevê a reabilitação de grande parte do equipamento, havendo algumas estruturas demolidas. Está também projectada a construção de um novo edifício, nas traseiras do terreno, a partir do qual será aberta uma nova ligação directa ao metro e ao parque de estacionamento do Estádio do Dragão.
O município, através da Go Porto, terá a gestão dos espaços culturais e sociais – como o Museu da Indústria, um espaço museológico da memória do próprio edifício, espaços de residências artísticas, um auditório e oficinas – ficando o vencedor do concurso com a concessão da área mais vasta, destinada a empresas e comércio.
Quando o programa de concurso foi apresentado à vereação, no ano passado (ainda durante o anterior mandato), o vereador Ricardo Valente afirmou que, apesar de estar previsto que o município pague ao concessionário pelo uso dos espaços que irá gerir, esse valor poderá ficar “a custo zero”, uma vez que o concessionário também terá que pagar à Go Porto pelo uso do imóvel que se manterá como propriedade municipal.