Algarve reduz SNS, privados aumentam oferta
Socialistas prometem não baixar a “bandeira” da construção do novo hospital central
A construção do novo Hospital Central do Algarve continua a ser uma promessa por cumprir e não deverá acontecer nos próximos anos. Os socialistas algarvios não se conformam com o estado da saúde na região. “Queremos o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a funcionar”, proclama o recém-eleito líder do PS/Algarve, Luís Graça, defendendo a necessidade da construção do novo Hospital Central, que já teve direito ao lançamento de “primeira pedra” no Governo de José Sócrates.
Luís Graça, deputado, membro da comissão parlamentar de saúde, diz que “existe um compromisso com o PS/Algarve para que seja actualizado o projecto do novo Hospital Central do Algarve nesta legislatura”, sublinhou. Mas, à medida que o estado reduz a oferta pública do SNS, a iniciativa privada aumenta os serviços. Nesta altura já ascendem o 11 número de clínicas e hospitais privados na região. No próximo sábado, os socialistas reúnem em congresso regional. “A saúde continua a ser a principal bandeira do PS/Algarve”, diz Luís Graça, adiantando que a comissão de honra será presidida por Santos Serra, um fundador do Partido Socialista, médico. “Isto é simbólico da importância que dedicamos ao assunto”.
O Centro de Medicina e Reabilitação Física (CMR) do sul, em São Brás de Alportel, é um dos exemplos do desinvestimento do SNS na região. “Tem vindo a piorar”, comenta o presidente da câmara, Vítor Guerreiro, socialista, adiantando que tem feito sentir, de diferentes modos, o seu descontentamento junto do ministério da saúde. Das 54 camas disponíveis no internamento, apenas estão ocupadas 18 por falta de técnicos. "Tenho a informação de que o ministério das Finanças, finalmente, deu luz verde para a contratação de 24 enfermeiros, mas continuam a faltar profissionais de outras áreas”, disse.
A directora do CMR do sul, Arminda Lopes – um das vozes mais críticas, pela falta de meios – foi entretanto substituída. As funções que desempenhou até há cerca de uma semana passaram a ser ocupadas por Maria Helena Gomes, directora do Departamento Clínico de Serviços Tecnológicos e Terapêuticos do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).