Tudo começou numa visita a um bar do campus da Universidade do Minho (UM). Paula Jorge, investigadora no Centro de Engenharia Biológica daquela universidade, diz ter sido sempre sensível a assuntos relacionados com a sustentabilidade do planeta. Agora, lançou uma petição contra o uso excessivo de plástico descartável nos bares e estabelecimentos da UM, apelando ao recurso de materiais mais sustentáveis. Mais de 1100 pessoas já assinaram.
"Hoje em dia é muito difícil fazermos uma visita ao supermercado sem trazer plástico descartável para casa e estamos tão habituados que nem nos apercebemos do impacto que estamos a criar", alerta a investigadora. "A indústria do plástico é extremamente poluente, uma vez que recorre a combustíveis fósseis para a produção deste material." E a reciclagem? Também não é uma solução, diz. "[O plástico] acarreta malefícios para o ambiente quando não descartado correctamente e, mesmo no caso da reciclagem, impõe gastos de energia." Reciclar enfatiza, "é sempre o último recurso". "Devemos tentar reduzir ao máximo o consumo deste tipo de materiais."
Por isso mesmo, Paula Jorge decidiu criar a petição a título individual, de modo a alertar e sensibilizar toda a comunidade académica. "Na petição falo de soluções de modo genérico, mas que passariam, em primeiro lugar, por substituir o material descartável pelo não descartável", prossegue. Trocar os copos de plástico pelos de vidro e os talheres de plástico pelos "normais" é uma das soluções que, refere, fariam a pegada ecológica da Universidade do Minho diminuir. "Sei que nalguns casos não é possível eliminar a 100% [os plásticos descartáveis], mas podia ser-se mais amigo do ambiente através de materiais reciclados e recicláveis. E, se possível, até biodegradáveis."
Entretanto, os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) já lançaram uma resposta dirigida à comunidade académica — mas não referindo a petição levada a cabo. Nesta nota, os SASUM referem que já estava prevista uma diminuição do consumo de materiais à base de plástico e papel para o ano de 2018. Paula Jorge diz sentir alguns efeitos, visto que através de colegas já lhe foi dado o feedback de que existiam algumas alterações. Não se sabe, contudo, se "são temporárias ou não".
Por enquanto, a investigadora diz já ter cumprido o seu propósito inicial: chamar à atenção de toda a comunidade académica. Ainda assim, garante, após recolher todas as assinaturas necessárias pretende entregar o documento directamente às entidades competentes da UM, para que estas "respondam directamente a este problema específico dos bares".